A preocupação de empresas brasileiras com licitação de dragagem do Porto de Santos
Empresários nacionais pedem revisão do edital que pode concentrar dragagem no Porto de Santos nas mãos de quatro multinacionais europeias
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O edital de dragagem do Porto de Santos virou motivo de apreensão entre as maiores empresas brasileiras do setor — Allonda, Soludraga, DTA e Terraris. A licitação, consideram as brasileiras, cobra valores de outorga muito acima dos praticados no mercado, o que geraria barreira de entrada.
O tempo é curto — o resultado do edital será divulgado nesta terça-feira, 7 — mas, nos bastidores, executivos brasileiros tentavam articular junto à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), ao Ministério de Portos e Aeroportos e ao TCU uma revisão do modelo antes do leilão.
As alegações são que as exigências de capital favorecem as quatro gigantes europeias da dragagem — Royal Boskalis, Van Oord, DEME e Jan De Nul —, que já enfrentaram acusações de cartelização em outros países.
O projeto de concessão de dragagens, lançado pelo ministério e pela Antaq, tem o intuito de reduzir o “custo Brasil” entrave estrutural que encarece a produção e a exportação no país.
O receio do empresariado é que se repita o cenário da concorrência do túnel Santos-Guarujá, quando nenhuma empresa brasileira entrou na disputa.