TEORIA ECONÔMICA

Liberalismo x Keynesianismo: entenda as ideias que guiam a economia

O debate sobre o papel do Estado não é novo; saiba diferenciar as principais correntes do pensamento econômico e veja como elas moldam o seu dia a dia

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O debate sobre o tamanho ideal do Estado na economia parece complexo, mas está mais presente no seu dia a dia do que você imagina. Discussões recentes sobre o mercado financeiro, um tradicional defensor da mínima intervenção e pedir socorro estatal em momentos de crise, trouxeram à tona uma antiga disputa de ideias: o liberalismo e o keynesianismo. Essas não são apenas teorias distantes, mas sim as forças que moldam os juros que você paga, as vagas de emprego disponíveis e o preço dos produtos no supermercado.

Entender a diferença entre essas duas correntes de pensamento é fundamental para decifrar o noticiário econômico e tomar decisões financeiras mais informadas. De um lado, uma visão que aposta na liberdade do mercado como motor do progresso. Do outro, uma que enxerga o governo como um agente crucial para corrigir falhas e garantir o bem-estar social. Ambas têm propostas distintas sobre como uma nação deve gerar riqueza e distribuí-la.

O que defende o liberalismo econômico?

O liberalismo econômico prega que a economia funciona melhor com a menor interferência possível do governo. A ideia central, popularizada pelo filósofo Adam Smith no século XVIII, é que o mercado possui uma "mão invisível" capaz de se autorregular. Nessa lógica, a livre concorrência entre empresas e a lei da oferta e da procura seriam suficientes para definir preços justos e alocar recursos de forma eficiente.

Os defensores dessa corrente acreditam que o papel do Estado deve se limitar a garantir a segurança, a justiça e o direito à propriedade privada. Medidas como a privatização de empresas estatais, a desregulamentação de setores e a redução de impostos são vistas como essenciais para estimular o investimento privado, a inovação e, consequentemente, o crescimento econômico.

Na prática, um governo com viés liberal tende a cortar gastos públicos, buscar o equilíbrio das contas e abrir a economia para o comércio internacional. Acredita-se que, ao criar um ambiente de negócios mais livre e competitivo, a prosperidade gerada pelas empresas naturalmente se espalhará por toda a sociedade, criando empregos e melhorando a qualidade de vida da população.

Qual a proposta do keynesianismo?

O keynesianismo, por sua vez, nasceu como uma resposta à Grande Depressão de 1929, um período em que a tese da autorregulação do mercado falhou de forma drástica. O economista John Maynard Keynes argumentou que, em momentos de crise, o Estado não só pode como deve intervir para reaquecer a economia e combater o desemprego.

A principal tese keynesiana é que as crises são causadas por uma demanda insuficiente. Ou seja, as pessoas e as empresas param de consumir e investir, gerando um ciclo vicioso de demissões e falências. Para quebrar esse ciclo, o governo deveria aumentar seus próprios gastos, mesmo que isso significasse criar um déficit temporário nas contas públicas.

Esses gastos se materializam em investimentos em infraestrutura (estradas, hospitais, escolas), programas de transferência de renda e aumento do seguro-desemprego. A lógica é que, ao injetar dinheiro na economia, o governo estimula a demanda, incentiva as empresas a produzirem e contratarem novamente, e restaura a confiança dos consumidores e investidores.

Como essas ideias afetam o seu bolso?

As decisões de um governo, influenciadas por uma ou outra corrente, têm impacto direto na sua vida financeira. Entender essas conexões ajuda a planejar melhor o futuro e a compreender as notícias que afetam seu orçamento. Veja os principais pontos:

Emprego e salários

Políticas liberais tendem a flexibilizar as leis trabalhistas, argumentando que isso reduz os custos para as empresas e incentiva a contratação. Já políticas keynesianas podem focar em programas de obras públicas e no aumento do salário mínimo para estimular o consumo e gerar empregos diretamente.

Juros e crédito

Em um modelo mais liberal, o Banco Central costuma ter mais autonomia para subir os juros com o objetivo principal de controlar a inflação. Em uma abordagem keynesiana, a taxa de juros pode ser mantida mais baixa para incentivar que pessoas e empresas peguem crédito para consumir e investir, mesmo que haja um risco inflacionário maior.

Impostos

Governos liberais buscam reduzir a carga tributária sobre empresas e grandes fortunas, com a aposta de que esse dinheiro será reinvestido na produção. Governos de linha keynesiana podem aumentar impostos sobre os mais ricos para financiar serviços públicos e programas sociais, vendo isso como uma forma de distribuir renda e fortalecer a demanda.

Serviços públicos

A visão liberal favorece a privatização de serviços como energia, saneamento e transporte, acreditando que a gestão privada é mais eficiente. A visão keynesiana defende que esses setores são estratégicos e devem permanecer sob controle estatal para garantir o acesso universal e a qualidade para toda a população.

Nenhum país é puramente liberal ou keynesiano?

Exatamente. Na prática, a maioria das economias do mundo é mista. Governos combinam elementos de ambas as teorias.

Eles aplicam políticas liberais em certas áreas, como o comércio, e keynesianas em outras, como a seguridade social.

Por que o mercado financeiro, geralmente liberal, pediria ajuda do Estado?

Durante crises sistêmicas, como um colapso financeiro ou uma pandemia, o risco de quebra geral é imenso.

Nesses momentos, até os defensores do livre mercado recorrem ao Estado para evitar um mal maior, por puro pragmatismo.

Qual a principal crítica a cada um desses modelos?

A principal crítica ao liberalismo é que ele pode levar a uma grande concentração de renda e ao aumento da desigualdade social.

Já o keynesianismo é criticado pelo risco de gerar dívida pública elevada, inflação e ineficiência na gestão estatal.

Como a inflação é tratada em cada teoria?

Para o liberalismo, controlar a inflação é a prioridade máxima, geralmente por meio do aumento de juros e controle da moeda.

O keynesianismo aceita um pouco mais de inflação se isso significar menos desemprego, usando a política fiscal para controlá-la.

Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

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