Com o aumento do salário mínimo para R$ 1.518,00 em 2025, representando um reajuste de 7,5%, surgem discussões sobre o impacto real desse aumento no poder de compra dos brasileiros. Segundo um estudo da consultoria LCA 4intelligence, mesmo com este incremento, o poder aquisitivo pode não apresentar melhora significativa até 2026, principalmente devido aos altos preços dos alimentos e à valorização do dólar.
A inflação persistente aliada a um cenário econômico global desfavorável desde a pandemia fez com que os reajustes no salário mínimo não fossem suficientes para recuperar o poder de compra desejado. Mesmo com a política de reajuste baseada na inflação e no crescimento do PIB, as famílias têm enfrentado dificuldades econômicas.
O Impacto da Pandemia na Economia
Desde que a pandemia de COVID-19 começou, a economia global sofreu mudanças drásticas. No Brasil, o salário mínimo, que em 2022 foi severamente impactado por eventos externos como a guerra na Ucrânia, só conseguiu recuperar parcialmente seu valor em termos de cestas básicas. Em 2010, o salário mínimo comprava até 2,2 cestas básicas, enquanto em 2022, essa capacidade caiu para 1,5 cesta básica. Durante 2024, houve uma leve melhora para 1,7 cesta básica, mas ainda longe dos patamares anteriores.

Como o Cenário de 2025 e 2026 Pode se Desenvolver?
As previsões para os próximos anos não são as mais otimistas em relação ao poder de compra dos brasileiros. A expectativa é de que a inflação, apesar de controlada, não permita quedas significativas nos preços dos alimentos. Além disso, as incertezas políticas e fiscais continuam a afetar a estabilização econômica, dificultando a tarefa do governo de fortalecer a moeda local.
Quais são as Implicações Políticas da Estagnação do Poder de Compra?
A baixa evolução do poder de compra pode se transformar em um fator político considerável. O cientista político Creomar de Souza observa que a economia é central na percepção popular do desempenho do governo. Com a estagnação econômica prevista, pode surgir uma pressão maior sobre o governo para implementar políticas que revertam esse cenário e melhorem as condições de vida da população.
Desafios Futuros e Medidas Necessárias
O principal desafio que se apresenta para o governo é o de reverter a tendência de estagnação do poder de compra, promovendo políticas que controlam a inflação e estabilizam a economia. Entre as medidas necessárias está a reestruturação fiscal e estratégias para conter a valorização do dólar. Até que essas políticas apresentem resultados positivos, as famílias brasileiras podem continuar a enfrentar dificuldades financeiras.