Se você está pensando em trocar de carro, pode segurar um pouco a ansiedade. O ano de 2025 promete ser histórico para quem anda de quatro rodas no Brasil. Entre novos SUVs nacionais, chineses construindo fábricas e até a Chevrolet comemorando 100 anos com festa grande, o mercado nunca teve tantas novidades chegando ao mesmo tempo.
Enquanto as montadoras tradicionais correm atrás do prejuízo, marcas como BYD e GWM chegaram pisando forte com carros elétricos e preços que assustaram a concorrência. Do outro lado, Volkswagen e General Motors investem bilhões para não perder o bonde da história.
O que muda no Volkswagen Tera e no famoso “Gol SUV”?
A Volkswagen finalmente decidiu criar um rival direto para o Fiat Pulse e Renault Kardian. O Tera chegou em março de 2025 depois de ser revelado no Carnaval carioca, literalmente desfilando no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Nunca um carro foi lançado assim antes.
Produzido em Taubaté (SP), o Tera vai custar a partir de R$ 100 mil e será oferecido em quatro versões. A de entrada tem motor 1.0 aspirado de 84 cv com câmbio manual, enquanto as versões top trazem o conhecido 1.0 TSI turbo de 116 cv com automático. A VW aposta que ele pode vender tanto quanto o T-Cross, que lidera o ranking nacional.
Como a Chevrolet vai comemorar seus 100 anos no Brasil?
A GM não poderia deixar passar em branco o centenário da marca no país. Para 2025, a Chevrolet preparou cinco lançamentos especiais, começando com o novo Onix e Onix Plus já no primeiro semestre.
O motor 1.0 turbo ficou mais potente, saltando de 116 cv para 121 cv, graças à nova injeção direta de combustível exigida pelo Proconve L8. O Tracker também entra na festa, ganhando facelift e se tornando o primeiro híbrido nacional da marca. O sistema micro-híbrido de 48V vai trabalhar junto com o motor 1.2 turbo, que passou de 133 cv para 141 cv.
Por que as fábricas chinesas estão causando tanto rebuliço?
A BYD está construindo em Camaçari (BA) o maior complexo industrial da empresa fora da China, com capacidade para 150 mil carros por ano. A GWM reativou a antiga fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) e já contratou 400 funcionários para começar a produção em julho.
A estratégia é clara: produzir no Brasil para fugir dos impostos de importação e brigar de igual para igual com as marcas tradicionais. A BYD vai montar modelos como Dolphin Mini e Song Pro, enquanto a GWM aposta no Haval H6 híbrido e na futura picape Poer. Juntas, as duas empresas prometem investir mais de R$ 13 bilhões até 2028.
Como as marcas tradicionais estão reagindo à invasão chinesa?
A resposta tem sido rápida e pesada. A Anfavea (associação das montadoras) quer processar BYD e GWM por dumping, alegando que elas vendem carros abaixo do custo de produção para dominar o mercado. As chinesas negam e dizem que as tradicionais é que perderam competitividade.
Enquanto isso, Toyota, Volkswagen e GM anunciaram investimentos bilionários em suas fábricas brasileiras para produzir híbridos flex a partir de 2026. A Ford voltou com o Territory híbrido, e até marcas premium como BMW aceleraram o lançamento de elétricos para não ficar para trás.
Qual o segredo do sucesso dos elétricos e híbridos?
O mercado de eletrificados cresceu 145% em 2024, com mais de 103 mil unidades vendidas. A BYD sozinha chegou à quarta posição nas vendas do varejo em maio de 2025, algo impensável há dois anos. O Song Pro e o Dolphin Mini viraram sucesso de vendas.
A explicação é simples: preço competitivo e tecnologia de ponta. Enquanto um BMW i4 custa R$ 581 mil, um BYD Seal sai por R$ 263 mil na promoção. A diferença é gigante, e o consumidor brasileiro está percebendo que chinês não é mais sinônimo de produto barato e ruim.
O que esperar dos próximos meses?

A guerra está só começando. A Chevrolet pode trazer o Silverado EV elétrico, a Volkswagen prepara mais SUVs compactos, e as chinesas prometem expandir ainda mais seus portfólios. A GAC Motor já anunciou uma fábrica em Goiás com investimento de R$ 7,4 bilhões.
Para o consumidor, isso significa mais opções, preços melhores e tecnologia avançada chegando mais rápido ao Brasil. Para as montadoras tradicionais, é adaptar ou morrer. O mercado brasileiro nunca foi tão competitivo, e quem ganha com isso somos nós que dirigimos.
Vale a pena esperar os lançamentos de 2025?
Se você não tem pressa, vale esperar. Os novos modelos chegam com mais tecnologia, motores mais eficientes e preços competitivos. O Tera promete ser mais moderno que seus rivais diretos, o novo Onix ganha mais potência e equipamentos, e os híbridos chineses oferecem economia real de combustível.
Claro que quem espera sempre alcança, mas também perde as promoções de agora. A dica é pesquisar bastante, comparar preços e decidir se o carro dos sonhos vale a espera ou se é melhor garantir logo uma boa oportunidade no mercado atual.