A Stellantis está apostando em uma nova cartada para o mercado brasileiro de carros elétricos. A gigante europeia trouxe a Leapmotor, uma marca chinesa que promete agitar as coisas por aqui. O primeiro modelo a chegar será o SUV elétrico C10, que está sendo testado nas ruas de Betim, em Minas Gerais.
A história é interessante. A Stellantis comprou uma fatia da Leapmotor e agora tem o controle da marca fora da China. É como se fosse uma parceria estratégica para enfrentar os gigantes chineses como BYD e Great Wall. E pelo que parece, eles não estão brincando.
Por que o T03 ficou de fora dos planos?
Aqui vem uma surpresa. O T03, um carinho subcompacto que muita gente esperava, foi cortado da lista. O motivo é bem direto: pouca margem de lucro. A Stellantis olhou os números e decidiu que não valia a pena trazer um carro baratinho se não ia ganhar dinheiro suficiente.
O T03 tem apenas 3,62 metros de comprimento e seria um concorrente direto do BYD Dolphin Mini. Com motor de 95 cv e autonomia de cerca de 200 km, parecia ter tudo para dar certo. Mas na conta final, os custos de importação e a margem pequena fizeram a Stellantis desistir da ideia.
Como o C10 vai competir no mercado brasileiro?
O C10 é outra história. Este SUV tem 4,73 metros de comprimento e foi feito para famílias que querem espaço e conforto. Com motor de 217 cv e autonomia de até 420 km, ele mira em concorrentes como BYD Yuan Plus e Volvo EX40.
O preço na Europa é de 36.400 euros, o que daria uns R$ 223 mil na conversão direta. Claro que no Brasil vai custar mais por causa dos impostos, mas ainda assim pode ser uma opção interessante. O C10 tem tecnologia de ponta, com 17 funções de assistência ao motorista e cinco estrelas no teste de segurança europeu.
Qual a estratégia da Stellantis com a Leapmotor?
A jogada da Stellantis é esperta. Em vez de criar do zero uma marca de carros elétricos, ela pegou uma chinesa que já sabia fazer isso bem. A Leapmotor tem tecnologia própria e custos menores que as marcas europeias tradicionais.
A produção do T03 já começou na Polônia, enquanto o C10 ainda vem da China. No futuro, a ideia é produzir alguns modelos na Europa para fugir das tarifas que estão sendo aplicadas aos carros chineses. É uma forma de ter o melhor dos dois mundos: tecnologia chinesa com produção europeia.
Quando os carros chegam ao Brasil?
O lançamento oficial da Leapmotor no Brasil está marcado para 2025. A marca já tem 34 concessionárias definidas para começar as operações. O primeiro será o C10, seguido possivelmente pelo modelo B10, que tem 214 cv e dimensões parecidas com o Jeep Compass.
Fernando Varela foi escolhido para comandar a Leapmotor no Brasil. Isso mostra que a Stellantis está levando a sério a entrada da marca chinesa por aqui. Com o mercado de elétricos crescendo, eles querem garantir sua fatia do bolo.
Como isso afeta o mercado de elétricos brasileiro?
A chegada da Leapmotor é mais uma peça no quebra-cabeça dos elétricos no Brasil. Até agora, a BYD tem dominado o mercado com modelos como Dolphin Mini e Yuan Plus. Agora vai ter mais concorrência, o que é bom para quem quer comprar.
A Stellantis já tem experiência no Brasil com Fiat, Peugeot e Jeep. Usar essa rede para vender carros chineses pode dar certo. Ainda mais que os elétricos estão ficando mais populares, especialmente nas grandes cidades onde a autonomia menor não é problema.
O que esperar dos próximos modelos?
Além do C10 e do possível B10, a Leapmotor tem outros modelos no forno. Na Europa, eles já vendem o T03 e estão preparando o C12. Para o Brasil, a marca vai avaliar quais fazem mais sentido baseado no sucesso inicial.
O importante é que a Leapmotor representa uma nova abordagem: carros elétricos chineses vendidos através de uma rede europeia estabelecida. Se der certo, pode ser o modelo para outras marcas seguirem. Se não der, pelo menos a Stellantis tentou algo diferente para não ficar para trás na corrida elétrica.