O Brasil deu um passo expressivo no cenário internacional ao subir cinco posições no ranking do IDH da ONU em 2023, ocupando agora o 84º lugar. O salto foi puxado por avanços nas áreas de renda, saúde e educação, refletindo um momento de recuperação e crescimento após os impactos da pandemia.
Com um Índice de Desenvolvimento Humano de 0,786, o país entrou no grupo de “elevado IDH”, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A melhora foi impulsionada, sobretudo, por novas políticas sociais e recuperação econômica no primeiro ano do governo Lula.
Saúde e renda puxam a retomada do Brasil
Dois pilares sustentaram o avanço brasileiro no índice: aumento da renda e melhora na saúde. A renda per capita ajustada por paridade de poder de compra passou de US$ 17.594 para US$ 18.011. Isso se deve à expansão do emprego formal e ao fortalecimento de programas sociais, como o novo Bolsa Família.
Na saúde, o Brasil conseguiu reverter os efeitos devastadores da pandemia, alcançando uma expectativa de vida de 75,85 anos. Em 2021, esse número havia despencado para 73 anos. A recuperação, ainda que parcial, é um indicativo claro de que políticas públicas mais robustas podem salvar vidas e elevar indicadores.
Brasil avança, mas ainda fica atrás de vizinhos
Apesar do progresso, o Brasil segue atrás de outros países da América do Sul no ranking de desenvolvimento humano. Chile, Argentina e Uruguai continuam em posições superiores, com índices mais elevados de educação e renda.

A educação brasileira segue como um gargalo: baixa qualidade de ensino, evasão escolar e falta de investimento ainda travam um avanço mais acelerado. Para superar esse obstáculo, o país precisa de reformas estruturais e políticas de longo prazo.
Mundo enfrenta estagnação no desenvolvimento humano
Enquanto o Brasil avança, o cenário global de IDH mostra sinais de estagnação. Após a pandemia, o crescimento da expectativa de vida desacelerou drasticamente. De três meses por ano, o avanço caiu para pouco mais de um mês em 2023.
Conflitos geopolíticos, tensões econômicas e desigualdades tecnológicas também afetam o progresso humano. A dívida pública elevada e a automação colocam pressão extra sobre países em desenvolvimento, dificultando a manutenção dos avanços.
Inteligência artificial pode ser chave para o futuro
Segundo o Pnud, a inteligência artificial pode acelerar o desenvolvimento humano — desde que usada com responsabilidade. A IA tem o potencial de complementar habilidades humanas, gerar empregos e ampliar o acesso à educação e à saúde, especialmente em nações com IDH médio e baixo.
Pesquisa global mostra que 60% das pessoas acreditam no impacto positivo da IA, mas especialistas alertam: políticas públicas precisam garantir um uso ético e inclusivo da tecnologia, focado no bem-estar da população.