O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou em maio de 2025 uma ferramenta que promete transformar a forma como os brasileiros declaram investimentos em renda variável. A iniciativa, fruto de uma parceria entre a Receita Federal e a B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), tem como principal objetivo simplificar o processo de declaração de ações, ETFs, fundos imobiliários e BDRs, oferecendo mais praticidade e segurança aos investidores.
Com essa nova funcionalidade, as informações sobre as operações realizadas pelos contribuintes serão automaticamente integradas ao sistema da Receita. Isso permitirá um cálculo preciso dos ganhos e prejuízos líquidos, eliminando dúvidas e erros frequentes no preenchimento da declaração. A medida também pretende incentivar a participação de mais brasileiros no mercado financeiro, ao reduzir a burocracia e aumentar a confiabilidade do processo.
Como funciona a ferramenta automática de declaração
Para utilizar a nova solução, o investidor precisa acessar a Área do Investidor e autorizar o compartilhamento de dados com a Receita Federal. A partir dessa autorização, o sistema passa a integrar informações de corretoras, bancos e demais instituições financeiras, realizando automaticamente os cálculos de impostos devidos e preenchendo a declaração no portal E-CAC.
Essa automatização também facilita a geração do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), que pode ser emitido com base nos dados consolidados. O sistema será incorporado à declaração pré-preenchida, poupando tempo e reduzindo erros de preenchimento.

Menos burocracia e mais confiança para o investidor
Segundo Haddad, a iniciativa representa um alívio para os contribuintes, que passam a ter mais segurança no cumprimento de suas obrigações fiscais. A expectativa é que, com a economia digitalizada, os brasileiros possam dedicar menos tempo à burocracia e mais à análise de mercado e decisões de investimento.
A ferramenta também reforça a confiabilidade do sistema fiscal e contribui para a inclusão de mais pessoas no mercado financeiro, ao tornar o processo mais transparente e acessível.
Digitalização avança com reforma tributária
A nova ferramenta integra um movimento maior de digitalização da economia brasileira, que está em plena expansão. Haddad afirmou que, nos próximos dois a três anos, o país deve concluir esse processo, que inclui a reforma tributária sobre o consumo. O objetivo é acabar com a obrigação de o cidadão informar dados ao governo, já que esses serão obtidos automaticamente a partir de fontes confiáveis.
Essa transformação tecnológica pretende eliminar gargalos históricos da administração pública, como erros de preenchimento e duplicidade de dados, promovendo uma maior integração entre Receita Federal, Banco Central e instituições financeiras.
Brasil se posiciona como referência em inovação fiscal
A digitalização completa da economia permitirá ao Brasil se consolidar como referência em inovação tecnológica e eficiência administrativa. A expectativa é que o novo sistema fiscal traga mais transparência, reduza custos e estimule um ambiente de negócios mais atrativo para investidores nacionais e estrangeiros.
Para os cidadãos, o impacto será direto no dia a dia: menos tempo lidando com burocracias, mais agilidade no acesso a serviços públicos e uma maior confiança na relação com o Estado. A revolução digital já começou — e promete mudar, para melhor, a vida dos brasileiros.