A revolução elétrica finalmente chegou de vez ao Brasil. O que antes parecia coisa de filme futurista hoje virou realidade nas ruas das grandes cidades. Com preços que começam abaixo dos R$ 100 mil e tecnologia que impressiona até quem não entende nada de carro, os veículos elétricos estão conquistando um espaço que ninguém imaginava possível há alguns anos.
Em 2024, as vendas de carros puramente elétricos cresceram 219% na comparação com 2023, mostrando que os brasileiros finalmente perderam o medo da novidade. Foram 177.358 veículos leves eletrificados emplacados de janeiro a dezembro, números que fazem qualquer executivo do setor soltar um sorriso de orelha a orelha. Vamos entender por que essa onda elétrica está ganhando tanto força no país.
Quanto custa entrar no mundo elétrico hoje?
A briga pelos preços mais baixos está pegando fogo. O Renault Kwid E-Tech mantém a liderança como o mais barato, custando R$ 99.990, sendo o único modelo zero quilômetro que ainda custa cinco dígitos. Logo atrás vem o BYD Dolphin Mini por R$ 118.800, que chegou para balançar as estruturas do mercado.
Os preços continuam interessantes na sequência. O Caoa Chery iCar sai por R$ 119.990, o Neta Aya por R$ 128.900 e o JAC E-JS1 por R$ 138.900. Para quem vinha achando que carro elétrico era coisa de rico, esses números mostram que a democratização chegou para valer. A concorrência acirrada entre as marcas chinesas e europeias tem feito maravilhas pelo bolso do consumidor brasileiro.
Como está o desempenho das vendas em 2025?
Os números de 2025 estão sendo ainda mais impressionantes. No primeiro trimestre, 39.924 unidades foram emplacadas, um crescimento de 10,62% em relação ao mesmo período de 2024. Março foi especialmente forte, com mais de 4.700 unidades emplacadas, confirmando que a tendência não para de crescer.
A BYD continua dominando com 78% de todos os veículos elétricos vendidos no país durante março. O Dolphin Mini liderou com 2.432 unidades, seguido pelo Dolphin com 824 emplacamentos. Esses números mostram que quando uma marca acerta na fórmula preço mais tecnologia, o consumidor responde na mesma moeda. É interessante ver como o Volvo EX30 conseguiu ficar em terceiro com 368 unidades, provando que não são só os chineses que estão surfando nessa onda.
Por que os brasileiros estão escolhendo carros elétricos?

A resposta está na combinação perfeita entre economia e tecnologia. Mesmo os modelos mais baratos, como o Dolphin Mini, incluem itens como multimídia avançada e sistemas de assistência ao motorista, raros em carros a combustão de entrada. Enquanto um carro popular a gasolina vem pelado de equipamentos, os elétricos chegam recheados de tecnologia que impressiona.
A economia no dia a dia também pesa muito na decisão. Carregar a bateria custa uma fração do que se gasta com gasolina, e a manutenção é muito mais simples. Sem troca de óleo, filtros ou velas, o carro elétrico representa uma mudança radical na relação custo-benefício. Além disso, muitos estados ainda oferecem isenção de IPVA, o que torna o negócio ainda mais atrativo para quem faz as contas antes de comprar.
Qual é a situação dos híbridos versus os 100% elétricos?
Uma coisa curiosa está acontecendo no mercado. Enquanto as vendas de carros 100% elétricos caíram 15% no Brasil em 2025, os híbridos dispararam com alta de 73%. No primeiro quadrimestre, as vendas de híbridos saltaram de 30,4 mil para 52,7 mil unidades, mostrando que muita gente ainda prefere ter o motor a combustão como plano B.
Os consumidores enxergam os híbridos como a melhor transição para a mobilidade limpa no cenário atual, já que a infraestrutura ainda limitada para recarga é o principal gargalo dos modelos 100% elétricos. Faz sentido quando pensamos que nem todo mundo tem garagem com tomada ou mora perto de um eletroposto. Em maio, o GWM Haval H6 foi o híbrido mais vendido com 2.138 unidades, desbancando o tradicional BYD Song Pro.
O que esperar do futuro dos elétricos no Brasil?

A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) prevê que os carros elétricos representarão 5% do mercado brasileiro até 2027, um salto gigantesco considerando que ainda estamos na casa dos 2%. A BYD planeja iniciar a produção do Dolphin Mini em Camaçari, Bahia, em 2025, enquanto a Great Wall Motors construirá uma fábrica em São Paulo, o que deve reduzir ainda mais os preços.
A infraestrutura também está evoluindo rapidamente. Em meados de fevereiro, o Brasil contava com quase 15 mil eletropostos, um número que cresce a cada mês. Com produção nacional chegando forte, incentivos governamentais se mantendo e a consciência ambiental crescendo entre os consumidores, o futuro dos carros elétricos no Brasil nunca pareceu tão promissor. A revolução elétrica não é mais questão de “se”, mas de “quando” ela vai dominar completamente as ruas brasileiras.
Como as montadoras chinesas mudaram o jogo?
A chegada das marcas chinesas mudou completamente as regras do mercado brasileiro. Enquanto as montadoras tradicionais ainda tateavam com modelos caros e pouco equipados, empresas como BYD, GWM e Chery chegaram com uma proposta irresistível: tecnologia de ponta a preços acessíveis. O Dolphin Mini oferece mais equipamentos e autonomia por um preço próximo ao iCar, sendo ideal para quem busca tecnologia.
O segredo do sucesso chinês está na estratégia agressiva de precificação combinada com equipamentos que nem carros premium brasileiros tinham até pouco tempo. Six airbags, câmera 360 graus, centrais multimídia com tela rotativa e sistemas de assistência ao motorista viraram itens de série nos modelos de entrada. Isso forçou todas as outras marcas a repensar suas estratégias, criando uma guerra de preços que só beneficia o consumidor. Novos modelos como o Great Wall Motors Ora 03, com 171 cv por R$ 159.000, estão consolidando sua presença no segmento de entrada, mostrando que a pressão competitiva vai continuar forte nos próximos anos.