Os animais de suporte emocional têm ganhado destaque como aliados no tratamento de desordens mentais e psíquicas. Embora não possuam os mesmos direitos que os cães-guia em ambientes como cabines de voos, sua presença pode ser fundamental para pessoas que enfrentam desafios emocionais. Especialistas apontam que esses animais oferecem mais do que simples companhia; eles são uma fonte de segurança emocional e ajudam na autorregulação psíquica de seus tutores.
De acordo com a psicóloga Leticia Oliveira, os cães de suporte emocional são indicados quando tratamentos convencionais, como psicoterapia e medicação, não atingem os resultados esperados. O vínculo constante com o animal permite que a pessoa se regule emocionalmente com mais facilidade, promovendo reações fisiológicas e emocionais positivas.
Como os animais de suporte emocional ajudam na regulação emocional?
Interagir com um cão pode aumentar os níveis de ocitocina, o chamado “hormônio do amor“, e reduzir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse. Esse vínculo emocional pode melhorar o humor e reduzir sintomas depressivos. Um exemplo citado por especialistas é o de um paciente que, ao começar a caminhar com seu cão, encontrou motivação para adotar outros comportamentos saudáveis, complementando o tratamento psicoterapêutico.
Além disso, o cuidado com o animal pode desviar o foco de preocupações e ansiedades, promovendo uma sensação de pertencimento e carinho. Cuidar de um cão é uma via de mão dupla, onde o afeto é trocado e o vínculo emocional é fortalecido, contribuindo para a recuperação do equilíbrio psicológico.

Os benefícios e limitações dos cães de suporte emocional
Os benefícios dos cães de suporte emocional incluem a redução de sintomas de ansiedade, melhora do humor, aumento da socialização e maior estabilidade emocional. No entanto, é importante ressaltar que nem todos os pacientes respondem da mesma forma. Alguns podem sentir sobrecarga com os cuidados do animal, e os benefícios dependem da qualidade do vínculo entre o cão e o tutor, além do suporte terapêutico adequado.
A psicóloga Alessandra Demite destaca que o uso de cães de suporte emocional deve ser monitorado de perto, com sessões regulares para avaliar o impacto do animal nos sintomas do paciente. Se os benefícios esperados não forem alcançados, o psicólogo pode reavaliar a indicação ou combinar outras intervenções terapêuticas.
Como os humanos percebem as emoções de seus cães?
Embora os cães de suporte emocional desempenhem um papel significativo na saúde mental de seus tutores, um estudo recente sugere que os humanos ainda têm dificuldades em compreender plenamente as emoções de seus cães. Essa compreensão limitada pode afetar a eficácia do suporte emocional oferecido pelo animal, destacando a importância de um acompanhamento contínuo e especializado para maximizar os benefícios desse vínculo.
Em suma, os animais de suporte emocional representam uma ferramenta valiosa no tratamento de desordens mentais, mas seu uso deve ser cuidadosamente considerado e acompanhado por profissionais de saúde mental. A interação com esses animais pode proporcionar melhorias significativas na qualidade de vida dos pacientes, desde que seja parte de um plano de tratamento abrangente e bem estruturado.