A sexta-feira 13 é uma data que evoca uma mistura de fascínio e temor em muitas culturas ocidentais. Essa superstição está tão enraizada que, para alguns, o dia é sinônimo de má sorte, semelhante a cruzar com um gato preto ou quebrar um espelho. No entanto, poucos conseguem explicar a origem desse medo. A aversão à sexta-feira 13 é tão específica que até possui um nome: parascavedecatriafobia, uma forma especializada de triscaidecafobia, que é o medo do número 13.
Curiosamente, o calendário gregoriano sugere que o dia 13 de qualquer mês tem uma ligeira tendência a cair em uma sexta-feira mais do que em qualquer outro dia da semana. No entanto, essa superstição não é universal. Em países como a Grécia e nações de língua espanhola, é a terça-feira 13 que é considerada azarada, enquanto na Itália, o temor recai sobre a sexta-feira 17.
De onde vem a superstição da sexta-feira 13?
As origens da superstição em torno da sexta-feira 13 são difíceis de precisar, mas tanto o dia da semana quanto o número 13 têm sido vistos como azarados em várias culturas ao longo da história. Na mitologia nórdica, por exemplo, a figura de Loki, o deus da travessura, é frequentemente associada ao número 13. Ele teria causado a morte de Balder, o deus da luz, em um banquete em Valhalla, ao elevar o número de convidados para 13.
Na tradição cristã, a sexta-feira também tem conotações negativas. É o dia em que Jesus Cristo foi crucificado, e o número 13 é associado a Judas Iscariotes, o traidor de Cristo, que foi o 13º convidado na Última Ceia. Além disso, eventos bíblicos como o pecado original de Adão e Eva e o assassinato de Abel por Caim também são tradicionalmente associados a sextas-feiras.

Como a superstição evoluiu ao longo dos séculos?
Foi somente no século 19 que a combinação de sexta-feira e o número 13 se consolidou como um símbolo de má sorte. A publicação do romance “Friday, the Thirteenth” de Thomas W. Lawson em 1907, que explorava a ideia de manipular o mercado de ações usando a superstição, ajudou a popularizar essa crença. Mais tarde, a franquia de filmes de terror “Friday the 13th” e o romance “O Código Da Vinci” de Dan Brown contribuíram para perpetuar o mito.
No entanto, nem sempre a sexta-feira 13 foi vista de forma negativa. Em tempos pagãos, a sexta-feira era associada ao feminino divino, e o número 13 estava ligado aos ciclos lunares e menstruais, simbolizando fertilidade e sorte. A deusa Frigg, por exemplo, era celebrada por sua conexão com o amor e a maternidade, e a sexta-feira era considerada um dia auspicioso para casamentos.
Como a sexta-feira 13 é reinterpretada hoje?
Com o avanço do cristianismo, muitas tradições pagãs foram reinterpretadas ou suprimidas. As divindades femininas, antes reverenciadas, foram rotuladas como bruxas, e a sexta-feira 13 passou a ser vista como um dia de mau agouro. Apesar disso, a data continua a ser um tema de fascínio e especulação, mostrando como as superstições podem evoluir e se adaptar ao longo do tempo.
Em última análise, a sexta-feira 13 é um exemplo de como crenças culturais e históricas podem se entrelaçar, criando mitos que persistem através dos séculos. Seja vista como um dia de azar ou simplesmente uma curiosidade cultural, a sexta-feira 13 continua a capturar a imaginação popular.