Comprar um carro zero quilômetro virou coisa de rico? Não exatamente, mas quase chegamos lá. Em 2025, encontrar um modelo novo por menos de R$ 75 mil é praticamente missão impossível. O tempo em que você conseguia um carrinho novo por R$ 40 mil ou R$ 50 mil ficou lá no passado. Hoje, mesmo os modelos mais simples já ultrapassaram essa marca.
O que aconteceu foi uma mudança de mentalidade dos compradores. As pessoas não querem mais aquele carro básico só com ar-condicionado e direção hidráulica. Todo mundo quer conectividade, controle de estabilidade e pelo menos alguns airbags. Esse comportamento novo empurrou o mercado para cima, forçando as montadoras a equipar melhor até os modelos mais baratos.
Quem ainda consegue brigar pelos menores preços?

O Fiat Mobi segue firme na liderança dos mais baratos, custando R$ 76.990 na versão Like. Produzido em Betim, o pequeno hatch ganhou o motor 1.0 Firefly de 75 cavalos, que é mais moderno que o antigo Fire. É um carro honesto, sem firulas, mas que cumpre bem o papel de transportar pessoas na cidade.
Logo atrás vem o Renault Kwid, que custa R$ 77.240 na versão Zen. O francês tem um visual que lembra um SUV em miniatura, o que agrada muita gente. Com motor 1.0 de 71 cavalos, ele faz uma média de consumo impressionante: mais de 15 quilômetros por litro. Para quem roda muito, essa economia no combustível faz diferença no orçamento.
Como o Citroën conseguiu entrar na briga?
O Citroën C3 aparece na terceira posição, custando R$ 80.200 na versão Live. A marca francesa fez uma jogada interessante ao reposicionar o modelo como um carro mais acessível. O C3 tem motor 1.0 Firefly de 77 cavalos e visual bem moderno, que não envergonha ninguém.
Um ponto interessante é que o C3 conseguiu equilibrar preço baixo com visual atrativo. Muita gente que olha para ele não imagina que está entre os carros mais baratos do país. Essa é uma vantagem importante num país onde a aparência do carro ainda conta muito para muitos compradores.
Por que alguns modelos sumiram da lista dos baratos?
Vários carros que antes brigavam pelos menores preços simplesmente saíram dessa categoria. O Volkswagen up! foi descontinuado, o Ford Ka também. As montadoras perceberam que não compensava mais fazer carros muito básicos. O lucro era pequeno e a demanda estava diminuindo.
Outro fator importante foi a obrigatoriedade de novos equipamentos de segurança. Controle de estabilidade, mais airbags e sistemas de assistência aumentaram os custos de produção. As montadoras preferiram focar em modelos com maior margem de lucro, deixando o segmento de entrada mais restrito.
Quem completa o top 5 dos mais acessíveis?

O Fiat Argo aparece custando R$ 90.990, oferecendo mais espaço que os subcompactos. Para famílias ou pessoas que precisam de um porta-malas maior, pode ser uma escolha mais inteligente que os menores. O motor é o mesmo 1.0 Firefly, mas o carro tem mais presença na rua.
O Peugeot 208 fecha a lista por R$ 91.990. O francês passou por uma reformulação e ganhou versões mais baratas para competir nesse segmento. É um dos hatches mais bonitos disponíveis, com acabamento superior aos concorrentes diretos.
O que vem por aí para o mercado de carros populares?
A tendência é que os preços se estabilizem, mas dificilmente vão cair. As montadoras investiram pesado em tecnologia e não vão abrir mão das margens de lucro conquistadas. O futuro aponta para carros mais equipados mesmo nas versões básicas, com foco em conectividade e eficiência energética.
Os próximos anos devem trazer mais opções eletrificadas para o segmento popular. Híbridos simples e carros elétricos de entrada podem chegar ao Brasil, mas ainda com preços salgados. Enquanto isso não acontece, quem quer um carro novo precisa se preparar para investir pelo menos R$ 75 mil, sem contar financiamento e seguro.