Você sabia que um dos maiores vilões da saúde do fígado pode estar presente no seu café da manhã ou lanche da tarde, mesmo em alimentos considerados saudáveis? Segundo o Dr. Barakat (CRM-SP 68874), médico e fundador do Instituto Dr. Barakat, o consumo excessivo de frutose é uma das principais causas da gordura no fígado, condição silenciosa que pode evoluir para problemas graves.
Em vídeo publicado no Instagram @doutorbarakat, ele alerta que a frutose, presente em sucos, bolos, doces e até em produtos salgados como linguiça, sobrecarrega o fígado, que não consegue metabolizar tudo de forma eficiente. O excesso é convertido em gordura e se acumula silenciosamente.
Qual o impacto da frutose no fígado?
Diferente da glicose, que pode ser usada pelas células de todo o corpo, a frutose é quase totalmente metabolizada pelo fígado. Quando consumida em grandes quantidades, especialmente em sua forma industrial (xarope de milho rico em frutose), ela ultrapassa a capacidade hepática de processamento e é transformada em gordura.
Esse acúmulo pode levar à esteatose hepática não alcoólica, conhecida como gordura no fígado. A condição muitas vezes não apresenta sintomas no início, mas pode evoluir para inflamações, resistência à insulina, fibrose hepática e até cirrose.

Frutas fazem mal ou o problema está no suco?
A orientação do Dr. Barakat é clara: o problema não está na fruta em si, mas na forma como ela é consumida. Quando ingerimos a fruta inteira, as fibras desaceleram a absorção do açúcar e auxiliam na digestão. Já o suco concentra a frutose de várias frutas em um único copo, sem as fibras naturais para modular a resposta glicêmica.
Por exemplo, um copo de suco de laranja pode conter o equivalente a seis laranjas. Algo que dificilmente você comeria de uma só vez. Por isso, mesmo sucos naturais devem ser consumidos com moderação, especialmente por pessoas com tendência a resistência insulínica, diabetes ou problemas hepáticos.
Onde a frutose está escondida?
A frutose está presente de forma natural nas frutas, mas também é usada amplamente pela indústria alimentícia, principalmente na forma de xarope de milho rico em frutose (HFCS). Você pode encontrá-la em:
- Refrigerantes e sucos industrializados
- Pães, biscoitos e bolos prontos
- Molhos de salada, ketchup, maionese
- Carnes processadas como salsichas e linguiças
- Produtos “fit” ou “naturais” com adoçantes à base de frutose
Esse uso camuflado da frutose é perigoso porque aumenta o consumo diário sem que a pessoa perceba.
Quais os riscos de longo prazo?
O consumo excessivo e crônico de frutose pode causar:
- Acúmulo de gordura no fígado (esteatose)
- Síndrome metabólica
- Aumento da resistência à insulina
- Risco de diabetes tipo 2
- Inflamação crônica
- Elevação do colesterol e triglicerídeos
Segundo o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde, o consumo de açúcares adicionados, incluindo a frutose industrial, não deve ultrapassar 10% das calorias diárias, o que equivale a cerca de 50 gramas para um adulto saudável.
Fontes científicas e recomendações oficiais
- Ministério da Saúde – Guia Alimentar para a População Brasileira: https://www.gov.br/saude
- OMS – Organização Mundial da Saúde: https://www.who.int
- NIH – National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases: https://www.niddk.nih.gov
Essas instituições reforçam que o consumo excessivo de frutose está associado ao aumento de doenças metabólicas e hepáticas.
Sua saúde começa no copo e no prato
Para o Dr. Barakat, a frutose é um exemplo de como um ingrediente aparentemente inofensivo pode comprometer a saúde de forma silenciosa e progressiva. Reduzir o consumo de sucos, doces e produtos ultraprocessados pode ter um impacto significativo na prevenção de doenças hepáticas e metabólicas.
Se você quer preservar seu fígado e sua saúde de forma geral, prefira alimentos naturais, evite bebidas adoçadas e mantenha um olhar crítico sobre os rótulos dos produtos que consome. Seu fígado não precisa de mais um fardo. Ele precisa de apoio.