Será que fomos realmente feitos para comer vegetais? Para o Dr. Alexandre Duarte (CRM-SP 162757), médico especialista em fisiologia metabólica e hormonal, a resposta é não. Em seu perfil @dralexandreduarte, ele defende que a alimentação natural do ser humano, ao longo da maior parte da nossa evolução, foi baseada quase exclusivamente em carne.
Segundo ele, a agricultura é um evento muito recente na história humana e nosso DNA ainda carrega as características de um organismo carnívoro. Isso não significa que não podemos consumir vegetais, mas sim que nossa adaptação biológica à carne é ancestral e dominante.
Como o ser humano se alimentava antes da agricultura?
De acordo com o Dr. Alexandre, o Homo sapiens existe há pelo menos 200 mil anos, e a agricultura surgiu somente há cerca de 10 mil. O consumo regular de grãos e vegetais cultivados começou há cerca de 5 mil anos — um intervalo muito curto em comparação à história evolutiva da espécie.
Antes disso, o ser humano vivia de caça. A coleta de frutas ou raízes era rara e limitada pelo ambiente. Na savana africana, por exemplo, onde a espécie humana surgiu, frutas eram escassas e disputadas por outros animais. A carne, obtida pela caça, era a principal fonte de energia e nutrientes.
O que isso significa para o nosso DNA?
O argumento do Dr. Alexandre é que nosso corpo ainda é biologicamente adaptado à alimentação carnívora. Ele afirma que o DNA humano foi moldado por centenas de milhares de anos com base em um consumo quase exclusivo de carne, com pouquíssimo vegetal envolvido.

Ele compara esse padrão ao comportamento de outros carnívoros, como leões e lobos, que podem até comer alimentos diversos quando domesticados, mas que, na natureza, consomem apenas carne. Para ele, essa lógica se aplica ao ser humano também.
Somos estritamente carnívoros por natureza?
Do ponto de vista evolutivo, há evidências de que o ser humano sempre foi um caçador eficiente, com consumo elevado de proteína animal. No entanto, a ciência reconhece que o ser humano também é capaz de digerir e utilizar nutrientes vegetais — o que caracteriza nossa espécie como onívora.
Ainda assim, a fala do Dr. Alexandre destaca a diferença entre capacidade de digestão e adaptação evolutiva ideal. Ele defende que, apesar de podermos comer quase tudo, nosso organismo responde melhor a uma alimentação baseada em carne.
O consumo de vegetais é desnecessário?
Não necessariamente. Instituições como o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde reforçam a importância de uma alimentação variada, que inclua frutas, legumes e grãos integrais. Esses alimentos fornecem fibras, vitaminas e compostos antioxidantes fundamentais para a saúde intestinal, imunológica e cardiovascular.
Por outro lado, estudos recentes sobre dietas carnívoras vêm analisando benefícios em perfis metabólicos específicos, como pessoas com resistência à insulina, doenças inflamatórias ou distúrbios gastrointestinais. Nesses casos, a carne pode sim ser protagonista na alimentação, desde que com acompanhamento profissional.
O que dizem os especialistas e órgãos oficiais?
A maioria dos consensos nutricionais atuais defende o equilíbrio: proteínas de origem animal, vegetais variados, gorduras boas e consumo controlado de ultraprocessados. No entanto, existe espaço para adaptações conforme a resposta de cada indivíduo.
Segundo a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, dietas com base animal podem ser seguras desde que bem planejadas. Já o Guia Alimentar para a População Brasileira recomenda variedade, priorizando alimentos in natura e minimamente processados.
Fontes confiáveis:
Ministério da Saúde – https://www.gov.br/saude
Organização Mundial da Saúde (OMS) – https://www.who.int
Guia Alimentar para a População Brasileira – https://www.gov.br/saude/guiaalimentar
Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição – https://www.sban.org.br
PubMed – https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov
Alimentação evolutiva não é moda, é biologia
O recado do Dr. Alexandre Duarte é direto: nossa base biológica não mudou tanto quanto nossos hábitos. O corpo humano foi moldado por milhares de anos de dieta carnívora, e isso ainda influencia a forma como reagimos aos alimentos hoje.
Isso não significa excluir todos os vegetais, mas repensar o protagonismo da carne na nossa nutrição. Com acompanhamento médico e atenção aos sinais do corpo, é possível alinhar o que comemos com o que nosso DNA espera — sem extremismos, mas com consciência.