Coqueluche em adultos vacinados na infância? Isso está acontecendo, segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS). A Dra. Ana Escobar, pediatra (CRM 48084), explica por que essa infecção, também chamada de “tosse comprida”, está reaparecendo — inclusive em pessoas que tomaram a vacina na infância.
Em seu perfil @draanaescobar, a médica detalha como os sintomas aparecem, por que a doença tem sido subestimada e o que é importante saber para evitar complicações.
A coqueluche voltou? Adultos podem ser infectados?
Sim. A OMS observou um aumento expressivo nos casos globais de coqueluche entre os anos de 2022 e 2023, especialmente em adultos. Embora muitos desses casos sejam de pessoas que foram vacinadas na infância, acredita-se que o esquema vacinal pode ter sido incompleto ou a imunidade, naturalmente, tenha diminuído com o tempo.
Como os adultos não são o foco tradicional das campanhas de vacinação contra a coqueluche, o retorno da doença nesta faixa etária acende um sinal de alerta para a saúde pública e exige vigilância dos sintomas.
Como identificar os sinais da coqueluche?
O principal sintoma da coqueluche é a tosse persistente e irritativa, que pode durar semanas. Ela costuma começar como um resfriado comum, com febre baixa, mal-estar e dores no corpo. Com o passar dos dias, os sintomas melhoram — menos a tosse, que continua intensa, seca e constante.

Por isso a doença também é chamada de “tosse comprida”. Muitos adultos sequer desconfiam que podem estar com coqueluche, o que dificulta o diagnóstico e favorece a transmissão, especialmente para crianças e idosos.
Existe tratamento para coqueluche em adultos?
Sim. A coqueluche é causada por uma bactéria (Bordetella pertussis) e, por isso, pode ser tratada com antibióticos específicos. Quanto mais cedo for diagnosticada, melhor o controle da infecção e menor o risco de transmissão para outras pessoas, principalmente grupos vulneráveis como bebês e idosos.
A Dra. Ana Escobar destaca que qualquer adulto com tosse prolongada deve procurar um médico para investigar a causa — e a coqueluche deve ser considerada como uma possibilidade, mesmo em quem foi vacinado.
A vacina da infância protege para sempre?
Não. A proteção oferecida pelas vacinas aplicadas na infância pode diminuir com o tempo. Por isso, o Ministério da Saúde e a OMS recomendam reforços em determinadas situações, especialmente para profissionais de saúde, professores, cuidadores e adultos em contato com bebês.
Atualmente, o reforço da vacina dTpa (contra difteria, tétano e coqueluche) é indicado para adultos que não completaram o esquema ou estão expostos a grupos de risco.
Fontes:
- Ministério da Saúde – https://www.gov.br/saude
- Organização Mundial da Saúde (OMS) – https://www.who.int
- Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) – https://sbim.org.br
Quando procurar ajuda médica?
Se você tem tosse persistente que dura semanas e não melhora com antigripais, descongestionantes ou xaropes comuns, é essencial procurar orientação médica. Tosse seca, que atrapalha o sono e o dia a dia, pode ser mais do que um resfriado mal curado — pode ser coqueluche.
O diagnóstico precoce evita complicações e interrompe a cadeia de transmissão, especialmente em famílias com crianças pequenas ou idosos.
Tosse prolongada não é normal: fique atento
A mensagem da Dra. Ana Escobar é clara: tossir por semanas não deve ser ignorado. A coqueluche é uma doença séria, mas tratável, e o aumento de casos em adultos exige atenção redobrada — tanto para diagnóstico quanto para prevenção.
Se você ou alguém próximo está com tosse duradoura, procure um profissional de saúde. Cuidar da sua saúde é também cuidar da saúde de quem está ao seu redor.