O cardiologista Dr. Fernando Lemos ensina quatro práticas simples que ajudam a reduzir o estufamento e os gases, sem recorrer a restrições extremas ou medicamentos desnecessários. Com atenção à alimentação, você pode melhorar sua digestão e bem-estar geral com pequenas mudanças.
Essas medidas baseiam-se em princípios da nutrição e digestão que favorecem a saúde cardiovascular, digestiva e respiratória. Confira a seguir como aplicar cada dica com clareza, segurança e sem pressão.
Retire a lactose se ela dificulta seu conforto digestivo
Muitas pessoas apresentam intolerância à lactose, condição em que o corpo não produz enzima suficiente para digerir certos derivados do leite. Essa dificuldade causa gases, diarreia, inchaço e dor abdominal depois de consumir leite, queijos e iogurtes.
O ideal é eliminar completamente a lactose da dieta se houver sintomas claros. Estudos médicos recomendam optar por produtos sem lactose ou usar suplementos enzimáticos de lactase. Para manter a saúde óssea, é importante consumir fontes alternativas de cálcio, como vegetais escuros, peixes enlatados com ossos, leite vegetal enriquecido e alimentos fortificados.
Mastigue pelo menos cinco vezes antes de engolir
A mastigação eficiente é uma técnica simples com impacto direto na digestão e na prevenção de estufamento. Quanto mais você mastiga, mais fragmentada fica a comida, o que facilita a ação das enzimas digestivas e reduz a formação de gases. A digestão também ocorre com menos esforço pelo estômago e intestino.
Estudos mostram que mastigar devagar aumenta o gasto energético pós-refeição e ajuda no controle do apetite. Além disso, a mastigação cuidadosa impede o excesso de ar engolido, diminuindo muito o risco de arrotos e desconforto abdominal.
Evite conversar e beber líquidos durante a refeição
Falar muito enquanto come pode gerar ingestão de ar em excesso — principal causa de gases e estufamento. O ideal é dedicar foco total à refeição por pelo menos 15 minutos antes ou depois de comer e beber líquidos.

Especialistas em digestão recomendam evitar bebidas na hora da refeição, ou limitar a pequenos goles muito controlados. Esporadicamente, beber água com moderação é ok, mas a hidratação maior deve ocorrer fora das refeições para prevenir diluição dos sucos digestivos que podem comprometer a digestão.
Caminhe cinco minutos após as refeições para estimular o sistema digestivo
Outra dica eficaz do Dr. Fernando Lemos é uma breve caminhada após comer. Caminhar por cinco minutos ajuda na movimentação do trato gastrointestinal, favorece a movimentação de gases e melhora a circulação, auxiliando no retorno venoso e no relaxamento após a refeição.
Estudos comprovam que a mobilidade leve após comer reduz o risco de estufamento, acelera a digestão e contribui para o controle dos níveis de glicose e pressão arterial. Além disso, ajuda o cérebro a perceber a saciedade no tempo adequado.
Por que o estômago demora para sinalizar que está cheio?
A sensação de saciedade demora de 15 a 20 minutos para ser sentida, pois envolve um processo de liberação hormonal e sinalização neural para o cérebro. Comer rápido, sem morder bem ou parar para perceber, faz com que você ultrapasse o ponto de saciedade e se sinta estufado, mesmo depois de consumir uma quantidade adequada de alimento.
Como aplicar essas dicas no dia a dia
Planeje refeições sem pressa, dedique atenção à comida.
Elimine ou reduza produtos lácteos se tiver sintomas digestivos.
Mastigue conscientemente, contando pelo menos cinco vezes cada porção.
Evite falar ou beber muito durante o prato, priorize foco e atenção.
Levante e caminhe por cinco minutos após comer para estimular a digestão.
Fontes científicas utilizadas neste artigo
- Mayo Clinic – Lactose intolerance and diet management
- NIDDK (National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases) – Nutrition and gas reduction
Perfil oficial do especialista
Instagram do Dr. Fernando Lemos
https://www.instagram.com/dr.fernando_lemos