A utilização da realidade virtual na terapia tem se destacado como uma alternativa inovadora para o tratamento de diversas condições de saúde mental e física. Ao criar ambientes imersivos e controlados, essa tecnologia permite que pacientes enfrentem situações desafiadoras de maneira segura, facilitando o desenvolvimento de habilidades e a superação de traumas. O avanço dos dispositivos digitais como Oculus Rift e PlayStation VR e a popularização de plataformas acessíveis têm impulsionado o interesse de profissionais da saúde por essas ferramentas.
Desde 2020, clínicas e hospitais em diferentes países passaram a incorporar experiências virtuais em seus protocolos terapêuticos. O uso da realidade virtual na reabilitação física, no tratamento de fobias e no controle da dor é um exemplo de como a tecnologia pode ser adaptada para múltiplos contextos. Pesquisas recentes indicam que a aceitação dos pacientes é positiva, especialmente entre jovens adultos e adolescentes.
Quais são os principais benefícios da realidade virtual na terapia?
Entre os benefícios mais citados do uso da realidade virtual na terapia está a possibilidade de simular situações reais de forma controlada, permitindo que o paciente enfrente seus medos ou desafios sem riscos. Isso é especialmente útil no tratamento de transtornos de ansiedade, estresse pós-traumático e fobias específicas, onde a exposição gradual é fundamental para o progresso.
Além disso, a realidade virtual contribui para o aumento do engajamento durante as sessões, tornando o processo terapêutico mais dinâmico e interativo. Pacientes relatam maior motivação e sensação de segurança ao participar de atividades virtuais, o que pode acelerar a evolução do tratamento. O acompanhamento em tempo real pelo terapeuta também é facilitado, permitindo ajustes imediatos conforme a necessidade. Novos estudos, como os desenvolvidos na Universidade de São Paulo, vêm demonstrando impacto positivo no desenvolvimento cognitivo de pacientes com quadros de depressão resistente a tratamentos convencionais.
Quais limitações a realidade virtual apresenta na área terapêutica?
Apesar dos avanços, a realidade virtual ainda enfrenta alguns desafios em sua aplicação clínica. O custo dos equipamentos e a necessidade de infraestrutura adequada podem limitar o acesso em regiões com menos recursos. Além disso, nem todos os pacientes se adaptam facilmente ao uso de óculos e controles, podendo apresentar desconforto ou sintomas como náusea e tontura, conhecidos como “cybersickness”.
Outro ponto a ser considerado é a necessidade de supervisão constante por parte de profissionais capacitados, já que o uso inadequado pode gerar experiências negativas ou reforçar comportamentos indesejados. Ainda há limitações quanto à personalização dos cenários virtuais, o que pode impactar a eficácia do tratamento em casos mais complexos ou específicos.

Onde a realidade virtual já está sendo utilizada com sucesso na terapia?
Hospitais e clínicas em países como Estados Unidos, Reino Unido e Brasil já adotam a realidade virtual em programas de reabilitação física, controle da dor crônica e tratamento de distúrbios emocionais. Instituições como o Hospital das Clínicas de São Paulo e o King’s College London realizam pesquisas e atendimentos utilizando ambientes virtuais para simular situações cotidianas, treinando habilidades sociais e cognitivas. Recentemente, a Universidade de Oxford implementou projetos pilotos para terapia de transtorno obsessivo-compulsivo com resultados encorajadores.
Em centros de reabilitação, a tecnologia é aplicada para estimular movimentos em pacientes com sequelas neurológicas, tornando os exercícios mais motivadores. Já em consultórios de psicologia, a exposição a ambientes virtuais tem auxiliado no tratamento de medo de voar, falar em público e transtornos alimentares, com resultados promissores registrados em estudos recentes.
Como funciona uma sessão de terapia com realidade virtual?
Durante uma sessão, o paciente utiliza um headset de realidade virtual conectado a um computador ou console, enquanto o terapeuta controla o ambiente e monitora as reações em tempo real. O cenário pode ser adaptado conforme o objetivo terapêutico, seja para simular uma sala de aula, um avião ou um espaço ao ar livre, por exemplo.
O acompanhamento profissional é fundamental para garantir a segurança e a eficácia do processo. O terapeuta pode ajustar o nível de dificuldade, pausar a experiência ou intervir caso o paciente apresente desconforto. O registro das respostas fisiológicas e emocionais durante a sessão também contribui para a avaliação do progresso e o planejamento das próximas etapas do tratamento. Recentemente, software próprio, como o VR Mind Care, foi desenvolvido para auxiliar no monitoramento e ajuste em tempo real durante as sessões.
Perguntas e Respostas
- Quais profissionais podem aplicar a terapia com realidade virtual?
Psicólogos, fisioterapeutas e psiquiatras com treinamento específico em tecnologias digitais podem utilizar a realidade virtual em seus atendimentos. - Existem riscos para crianças ou idosos?
O uso é possível, mas requer avaliação individual e acompanhamento rigoroso, já que esses grupos podem ser mais sensíveis a efeitos colaterais. - Quais equipamentos são necessários?
Headsets de realidade virtual, computadores ou consoles compatíveis e softwares desenvolvidos para fins terapêuticos, como o VR Mind Care ou plataformas conectadas ao Windows. - A terapia virtual substitui o tratamento tradicional?
Não. A realidade virtual é considerada uma ferramenta complementar, integrando-se a abordagens já consolidadas. - O acesso à terapia com realidade virtual está disponível no sistema público de saúde?
Em 2025, algumas unidades do SUS já oferecem projetos-piloto, mas a oferta ainda é limitada e concentrada em grandes centros urbanos como o Rio de Janeiro e Belo Horizonte.