O aumento expressivo dos casos de febre Oropouche no Brasil tem chamado a atenção de autoridades de saúde e da população desde o início de 2024. Essa doença viral, causada pelo Orthobunyavirus oropoucheense, é transmitida principalmente por mosquitos do gênero Culicoides, conhecidos popularmente como maruim. O cenário atual revela um crescimento significativo de infecções, especialmente em regiões urbanas e periurbanas, o que reforça a necessidade de informação clara sobre sintomas, prevenção e desafios no controle da enfermidade.
Com mais de 10 mil casos notificados até o início de 2025, a febre Oropouche passou a ser considerada uma das principais arboviroses emergentes no país. O registro de óbitos relacionados à doença em estados como Rio de Janeiro e Espírito Santo evidenciou a gravidade do surto e a importância de estratégias eficazes para evitar a propagação do vírus. O conhecimento sobre os sintomas e as formas de transmissão é fundamental para o enfrentamento desse problema de saúde pública.
Quais são os sintomas da febre Oropouche?
Os sinais clínicos da febre Oropouche podem ser facilmente confundidos com outras doenças transmitidas por mosquitos, como dengue e chikungunya. Os sintomas mais comuns incluem:
- Febre alta de início súbito
- Dor de cabeça intensa
- Dores musculares e nas articulações
- Tontura e mal-estar
- Erupções cutâneas
- Náuseas e vômitos
- Calafrios e fotofobia
O período de incubação do vírus varia entre quatro e oito dias após a picada do mosquito infectado. Em geral, os sintomas persistem por até uma semana, mas podem ser mais severos em crianças, idosos e pessoas com comorbidades. A busca por atendimento médico é recomendada para diagnóstico correto e manejo adequado dos sintomas.

Como ocorre a transmissão da febre Oropouche?
A transmissão da febre Oropouche se dá principalmente pela picada do maruim, mas outros mosquitos, como o Culex quinquefasciatus, também podem atuar como vetores, especialmente em áreas urbanas. O ciclo de transmissão envolve ambientes silvestres, rurais e urbanos, o que amplia o risco de disseminação do vírus.
Nos últimos anos, pesquisadores identificaram uma nova linhagem viral, denominada ‘OROV BR-2015-2024’, associada ao aumento dos casos e à expansão geográfica da doença. Essa variante apresenta alterações genéticas que podem dificultar a resposta imunológica de pessoas previamente expostas ao vírus, contribuindo para a ocorrência de novos surtos.
Como prevenir a febre Oropouche?
A prevenção da febre Oropouche está diretamente relacionada à redução do contato com mosquitos transmissores. Algumas medidas recomendadas incluem:
- Utilizar roupas que cubram braços e pernas, principalmente em áreas de maior incidência de mosquitos.
- Aplicar repelentes nas partes expostas do corpo, seguindo as orientações do fabricante.
- Instalar telas de proteção em portas e janelas para impedir a entrada de insetos.
- Eliminar possíveis criadouros de mosquitos, como recipientes com água parada.
- Manter o ambiente limpo e livre de resíduos que possam favorecer a proliferação dos vetores.
Gestantes e pessoas em grupos de risco devem adotar cuidados redobrados, evitando áreas com alta concentração de mosquitos e seguindo as recomendações das autoridades de saúde. A informação e a conscientização da população são essenciais para o controle da doença.
Quais são os principais desafios no combate à febre Oropouche?
O enfrentamento da febre Oropouche envolve desafios como a necessidade de diagnósticos precisos e a implementação de ações coordenadas para o controle dos vetores. A introdução de testes laboratoriais específicos em redes públicas de saúde tem contribuído para a identificação de casos, mas ainda há dificuldades na diferenciação clínica em relação a outras arboviroses.
Fatores ambientais, como mudanças climáticas, desmatamento e urbanização acelerada, favorecem a expansão dos mosquitos transmissores e aumentam o risco de novos surtos. A colaboração entre órgãos de saúde, pesquisadores e comunidades é fundamental para aprimorar as estratégias de prevenção e reduzir o impacto da doença no Brasil.
O cenário atual da febre Oropouche exige vigilância constante, atualização de protocolos e mobilização social para conter a propagação do vírus. A adoção de medidas preventivas e o fortalecimento das redes de diagnóstico são passos essenciais para proteger a população e minimizar os efeitos dessa arbovirose emergente.
Existe tratamento específico para febre Oropouche?
Atualmente, não há um tratamento antiviral específico aprovado para a febre Oropouche. O manejo da doença é sintomático, com o objetivo de aliviar o desconforto do paciente por meio do uso de medicamentos para baixar a febre e reduzir dores. Recomenda-se repouso, hidratação adequada e acompanhamento médico, especialmente em casos mais graves ou para pessoas pertencentes aos grupos de risco. Vacinas ainda estão em fase de pesquisa, com algumas instituições brasileiras e internacionais trabalhando no desenvolvimento de imunizantes contra o Orthobunyavirus oropoucheense.