Melatonina para melhorar o sono é um tema cada vez mais comum entre pacientes que enfrentam dificuldades para dormir. O cardiologista Dr. Túlio Sperb (CRM-MG 48.256 | RQE 32.976), alerta que a resposta à melatonina varia muito entre as pessoas, e o uso inadequado pode trazer efeitos indesejados. Em seu perfil no Instagram @dr.tuliosperb, ele reforça que a orientação profissional é essencial antes de iniciar qualquer suplementação.
O sono de má qualidade está relacionado a diversas doenças cardiovasculares, metabólicas e cognitivas. Por isso, buscar soluções eficientes é essencial. Mas será que a melatonina é sempre a melhor escolha? Segundo o especialista, não. Entenda por quê.
A melatonina realmente funciona para dormir melhor?
A melatonina é um hormônio natural produzido pelo nosso corpo, principalmente durante a noite. Sua principal função é regular o ciclo sono-vigília, sinalizando ao organismo que é hora de descansar. A versão sintética do hormônio está disponível como suplemento, sendo usada com frequência por quem sofre de insônia ou tem dificuldades para pegar no sono.
Contudo, o Dr. Túlio Sperb explica que a eficácia da melatonina depende do organismo de cada pessoa. Algumas sentem efeitos positivos, como relaxamento e sono mais profundo. Outras, no entanto, relatam pesadelos, sonolência diurna ou sensação de desconforto. Ou seja, não existe resposta única.
Quais os riscos de tomar melatonina sem orientação?
O uso indiscriminado da melatonina pode desregular ainda mais o relógio biológico. Quando usada na dosagem errada ou no momento inadequado, ela pode atrapalhar a produção natural do hormônio pelo corpo, além de mascarar causas reais do distúrbio do sono, como ansiedade, apneia, hábitos inadequados ou doenças clínicas.
Outro risco é ignorar alternativas eficazes. O especialista destaca que existem diversas combinações naturais e comportamentais que auxiliam no sono. Por isso, o acompanhamento de um profissional é indispensável, especialmente se a insônia for frequente.
Quais alternativas à melatonina podem melhorar o sono?
Entre as estratégias mais eficazes para dormir melhor estão: rotina de horários regulares, redução da exposição à luz azul à noite, prática de atividades físicas, controle de estresse e técnicas de relaxamento. Além disso, nutrientes como magnésio, triptofano e valeriana também podem ser úteis.
O Dr. Túlio Sperb reforça que cada paciente deve ser avaliado individualmente. Enquanto a melatonina pode ajudar em alguns casos, especialmente em viagens com jet lag ou distúrbios específicos do ritmo circadiano, ela não é uma solução universal.
A suplementação pode prejudicar a saúde cardiovascular?
A relação entre sono e saúde do coração é muito próxima. A privação de sono crônica aumenta o risco de hipertensão, arritmias, infarto e até AVC. Por isso, o tratamento adequado dos distúrbios do sono também contribui para prevenir doenças cardiovasculares.
No entanto, o uso inadequado de suplementos, incluindo a melatonina, pode interferir em outros tratamentos ou gerar efeitos colaterais. O ideal é que o profissional avalie o quadro completo do paciente antes de prescrever qualquer substância.
Como saber se melatonina é indicada para você?
O primeiro passo é observar seus padrões de sono: você demora a adormecer? Acorda várias vezes? Sente-se cansado ao longo do dia? A partir disso, o médico pode solicitar exames, analisar seu estilo de vida e propor um plano personalizado.

É comum que o tratamento envolva ajustes no comportamento, ambiente e, se necessário, algum suplemento – que pode ou não ser a melatonina. O mais importante é lembrar que qualidade de sono vai além de pílulas: é uma construção diária de hábitos e autocuidado.
Fontes confiáveis utilizadas neste conteúdo
- Ministério da Saúde – Cartilha de Boas Práticas do Sono: https://www.gov.br/saude
- Organização Mundial da Saúde (OMS) – Saúde do sono: https://www.who.int
- Associação Brasileira do Sono (ABS): https://www.absono.com.br
- Mayo Clinic – Melatonin: What you need to know: https://www.mayoclinic.org
- American Heart Association – Sleep and Cardiovascular Health: https://www.heart.org