O reajuste do salário mínimo paulista, anunciado para vigorar a partir de 1º de julho de 2025, traz mudanças relevantes para milhares de trabalhadores no estado de São Paulo. O novo valor do piso estadual foi fixado em R$ 1.804,00, superando o salário mínimo nacional vigente em 2025. A medida, sancionada pelo governo estadual, reflete uma política de valorização do trabalho e busca não apenas repor perdas inflacionárias, mas também proporcionar ganho real aos profissionais abrangidos.
O aumento representa um acréscimo de 10% em relação ao valor anterior, que era de R$ 1.640,00. Com esse reajuste, o piso paulista passa a ser 18,84% maior do que o salário mínimo nacional, estabelecido em R$ 1.518,00. O impacto dessa atualização é significativo, especialmente para trabalhadores que não possuem convenções coletivas próprias ou piso definido em lei federal.
Quem será beneficiado pelo novo salário mínimo paulista?

O reajuste do salário mínimo estadual de São Paulo atinge diretamente profissionais que atuam em categorias sem acordos coletivos ou legislação federal específica. Entre os principais beneficiados estão trabalhadores de funções como auxiliares de limpeza, atendentes, cozinheiros e operadores de máquinas. Essas ocupações compõem a chamada primeira faixa salarial do estado, que engloba cerca de 70 categorias profissionais.
Servidores públicos estaduais que não possuem piso próprio também estão incluídos na atualização, totalizando mais de 90 mil pessoas impactadas. Por outro lado, profissionais regidos por convenções coletivas, aprendizes e categorias com piso definido em âmbito federal não são afetados pelo novo valor estadual.
Como o reajuste do salário mínimo paulista é calculado?
A definição do piso regional segue diretrizes estabelecidas pela legislação federal, especialmente a Lei Complementar nº 103/2000, que autoriza os estados a instituírem salários mínimos próprios para determinadas categorias. O cálculo do reajuste considera fatores como a inflação acumulada nos últimos 12 meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores, com limite máximo de 2,5%.
Mesmo que o PIB de 2023 tenha registrado alta superior ao teto, o percentual aplicado ao reajuste foi limitado conforme a legislação vigente. Dessa forma, o novo valor do salário mínimo paulista busca equilibrar a reposição das perdas inflacionárias e a concessão de aumento real, alinhando-se à política de valorização do trabalho implementada pelo governo estadual.
Qual a diferença entre o salário mínimo paulista e o nacional?
Em 2025, o salário mínimo nacional foi reajustado para R$ 1.518,00, representando um aumento de 7,5% em relação ao ano anterior. Esse valor serve de referência para milhões de trabalhadores em todo o país, além de influenciar benefícios como aposentadorias, pensões e programas sociais, a exemplo do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Já o piso estadual paulista, ao ser fixado em R$ 1.804,00, estabelece uma diferença de quase 19% em relação ao mínimo nacional. Essa disparidade reflete o custo de vida mais elevado no estado de São Paulo e a necessidade de garantir melhores condições para trabalhadores de categorias sem proteção sindical ou convenção coletiva.
Quais descontos incidem sobre o salário mínimo em 2025?
O valor bruto do salário mínimo, seja estadual ou nacional, está sujeito a descontos obrigatórios, sendo o principal deles a contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Para quem recebe um salário mínimo, a alíquota de desconto é de 7,5%, o que resulta em um valor líquido de R$ 1.404,15 após a dedução de R$ 113,85.
- Salário mínimo nacional bruto: R$ 1.518,00
- Desconto INSS (7,5%): R$ 113,85
- Salário líquido: R$ 1.404,15
Para quem recebe dois salários mínimos, o desconto do INSS é de 12%, reduzindo o valor líquido para R$ 2.778,27. Outros descontos, como vale-transporte, plano de saúde e pensão alimentícia, podem impactar ainda mais o rendimento final do trabalhador.
O que muda para o trabalhador paulista com o novo piso?
Com a atualização do salário mínimo paulista, profissionais sem convenção coletiva passam a contar com um piso mais elevado, o que pode contribuir para a melhoria do poder de compra e para a valorização do trabalho no estado. O reajuste também serve como referência para futuras negociações salariais e pode influenciar positivamente a economia local, ao ampliar a circulação de renda.
O novo valor entra em vigor a partir de julho de 2025, e os empregadores devem se adequar à legislação, garantindo o pagamento do piso estadual aos trabalhadores elegíveis. A medida reforça o papel do salário mínimo como instrumento de proteção social e de promoção da dignidade no ambiente de trabalho.