O cenário epidemiológico brasileiro em 2025 revela um aumento expressivo nos casos de febre Oropouche, doença viral transmitida principalmente por mosquitos do gênero Culicoides, conhecidos popularmente como maruim. Desde o início do ano, o número de infecções ultrapassou a marca de 10 mil registros, chamando a atenção de autoridades de saúde e da população. A preocupação se intensifica diante de óbitos confirmados e suspeitos em diferentes estados, o que evidencia a necessidade de vigilância constante e de estratégias eficazes de prevenção.
A febre Oropouche é causada pelo Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) e apresenta sintomas semelhantes aos de outras arboviroses, como dengue e chikungunya. Os principais sinais incluem febre alta, dores musculares, cefaleia intensa e erupções cutâneas, tornando o diagnóstico clínico um desafio, especialmente em regiões onde circulam múltiplos vírus transmitidos por insetos. O quadro clínico, geralmente autolimitado, pode ser mais preocupante em crianças, idosos e pessoas com comorbidades.
Como ocorre a transmissão da febre Oropouche?
A transmissão da febre Oropouche acontece, predominantemente, por meio da picada de mosquitos infectados. O maruim é considerado o principal vetor, mas outras espécies, como o Culex quinquefasciatus e o Aedes serratus, também podem participar do ciclo de transmissão, especialmente em áreas urbanas e rurais. O vírus, originalmente restrito a ambientes silvestres, tem avançado para zonas urbanizadas, ampliando o risco de surtos em grandes cidades.
Além da expansão geográfica, pesquisadores identificaram uma nova linhagem viral, denominada ‘OROV BR-2015-2024’, que apresenta alterações genéticas relevantes. Essas mudanças podem facilitar a disseminação do vírus e dificultar a resposta imunológica de pessoas previamente expostas. O período de incubação varia de quatro a oito dias, e os sintomas costumam durar cerca de uma semana.

Quais são os sintomas e como identificar a febre Oropouche?
Os sintomas da febre Oropouche surgem de forma súbita e podem ser confundidos com outras doenças transmitidas por mosquitos. Entre os sinais mais comuns estão:
- Febre alta de início repentino
- Dor de cabeça intensa
- Dores nas costas e articulações
- Tontura e mal-estar
- Erupções na pele
- Náuseas, vômitos e fotofobia
Em geral, o quadro é autolimitado, mas complicações podem ocorrer em grupos vulneráveis. A confirmação do diagnóstico depende de exames laboratoriais específicos, pois os sintomas se assemelham aos de outras arboviroses. O acesso a testes diagnósticos foi ampliado nos últimos anos, facilitando a identificação de casos e o monitoramento do surto.
Como prevenir a febre Oropouche?
A prevenção da febre Oropouche está diretamente relacionada ao controle dos vetores e à adoção de medidas individuais. Algumas recomendações importantes incluem:
- Utilizar roupas que cubram braços e pernas, especialmente em áreas de maior incidência de mosquitos.
- Aplicar repelentes nas partes expostas do corpo, seguindo as orientações do fabricante.
- Instalar telas de proteção em portas e janelas para evitar a entrada de insetos.
- Eliminar possíveis criadouros de mosquitos, como recipientes com água parada.
- Manter ambientes limpos e livres de resíduos que possam servir de abrigo para vetores.
Gestantes e pessoas com maior risco de complicações devem redobrar os cuidados, evitando áreas com alta concentração de mosquitos e buscando orientação médica ao apresentar sintomas suspeitos.
Quais são os desafios para o controle da febre Oropouche?
O combate à febre Oropouche enfrenta obstáculos como a dificuldade no diagnóstico diferencial, a presença de múltiplos vetores e a rápida expansão do vírus para áreas urbanas. Fatores ambientais, como mudanças climáticas, desmatamento e urbanização acelerada, contribuem para a proliferação dos mosquitos transmissores. Além disso, a circulação de novas variantes virais pode impactar a eficácia das respostas imunológicas e das estratégias de controle.
A integração entre vigilância epidemiológica, pesquisas científicas e ações comunitárias é fundamental para conter o avanço da doença. A conscientização da população sobre os sintomas, formas de transmissão e medidas preventivas é uma das principais ferramentas para reduzir o impacto da febre Oropouche no Brasil em 2025.
O que as autoridades estão fazendo frente ao aumento de casos?
Diante do crescimento dos registros de febre Oropouche, órgãos de saúde como o Ministério da Saúde lançaram campanhas de alerta em estados prioritários, como Amazonas, Pará e Rondônia. Destaca-se o investimento em capacitação de profissionais para identificação clínica e laboratorial da doença, além da distribuição de kits de diagnóstico para laboratórios estaduais e municipais. Em algumas cidades, como Manaus, ações de controle vetorial e mutirões de orientação à população foram intensificados, visando reduzir os riscos de transmissão urbana. Parcerias com instituições de pesquisa, como a Fiocruz Amazônia, estão impulsionando o desenvolvimento de novos estudos para entender o comportamento do vírus e subsidiar políticas de resposta mais efetivas.