Logo ao se tornar uma cidade em rápido crescimento, Singapura enfrentou o desafio de organizar uma infraestrutura que pudesse suportar o aumento da população e, consequentemente, o fluxo de veículos. Para isso, começou implementando o sistema de Veículos de Carga Eletrônica (ERP – Electronic Road Pricing) na década de 1990, uma iniciativa pioneira que ajudou a regular o tráfego urbano. Outro aspecto importante foi o planejamento urbano criterioso, que já na década de 1970 incluía iniciativas para limitar o crescimento do parque automotivo, antecipando os desafios futuros.
Esse sistema de pedágio, vantajoso por utilizar tecnologia para ajustar tarifas de acordo com o horário e congestionamento, desmotivou o uso excessivo de veículos em horários de pico. A tecnologia permitiu que as tarifas fossem cobradas de maneira mais eficiente comparado aos sistemas manuais de cobrança de pedágios, reduzindo drasticamente a lentidão do tráfego em áreas críticas.
Como a política de controle de veículos de Singapura impactou o tráfego?
Outro componente essencial no sucesso de Singapura foi a implementação de rigorosas políticas de controle de veículos, que incluem restrições na compra e posse de automóveis. Medidas como o Certificado de Propriedade de Veículo (COE – Certificate of Entitlement) foram cruciais. Esta política exige que potenciais proprietários adquiram um certificado para ter um carro, limitado em número, estimulando um controle de quantidade de veículos nas ruas.
A introdução do COE resultou em preços elevados para propriedade de automóveis, desencorajando muitos cidadãos a manter um veículo particular. Ao mesmo tempo, esse regulamento de mercado promoveu o uso de transporte público e alternativas de mobilidade, equilibrando as necessidades urbanas e a capacidade viária disponível. O país também monitora e revê periodicamente o número de COEs disponíveis, ajustando conforme a evolução da demanda e das condições urbanas.

O que singapura fez para promover o transporte público de forma eficaz?
Sendo bastante estratégico, o governo investiu exuberantemente na infraestrutura de transporte público. Singapura expandiu drasticamente seus sistemas de transporte público, incluindo trens MRT (Mass Rapid Transit) e um abrangente sistema de ônibus que cobre a cidade de forma extensa, oferecendo uma alternativa confiável e acessível ao transporte privado.
Além de infraestrutura, a governança incentivou o uso do transporte público por meio de preços acessíveis e integração de serviços, o que rapidamente transformou o país em um modelo de eficiência em mobilidade urbana e um referencial para muitas cidades ao redor do mundo. Singapura também investiu em terminais intermodais bem localizados, facilitando a conexão entre diferentes meios de transporte e melhorando ainda mais a comodidade para os usuários.
Quais são as medidas futuras para manter os engarrafamentos sob controle?
Em busca de soluções inovadoras, Singapura continua aprimorando políticas para lidar com o tráfego urbano. Uma das ações mais notáveis é o contínuo investimento em tecnologias sustentáveis e inteligentes. A introdução de veículos autônomos e a expansão de rodovias inteligentes estão em fase experimental, prometendo novas maneiras de otimizar a mobilidade urbana.
A cidade também está desenvolvendo estratégias de urbanismo que favorecem áreas de zonas verdes e caminhadas, reduzindo ainda mais a dependência do transporte motorizado. Com a progressiva digitalização e urbanismo sustentável, Singapura se mantém à frente no desafio de criar cidades sob medida para o futuro, em que a mobilidade seja acessível, eficiente e menos dependente dos carros tradicionais. O governo segue acompanhando tendências globais, como mobilidade compartilhada e incentivos ao uso de bicicletas, para contínua evolução de suas políticas urbanas.