Você sabia que deixar de sonhar pode ser um dos sinais de que algo não vai bem com sua saúde mental? A Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva (CRP 17/3189), médica psiquiatra e palestrante, explica que a ausência de sonhos, especialmente aqueles vividos e intensos, está diretamente relacionada ao funcionamento do cérebro durante a fase mais profunda do sono: o sono REM.
Neste artigo, vamos entender como a depressão interfere nesse processo, o que os sonhos representam para nossa saúde cerebral e por que vale a pena prestar atenção à qualidade do sono como um todo.
Por que pessoas com depressão param de sonhar?
A falta de sonhos não é apenas um detalhe curioso. Segundo a Dra. Ana Beatriz, ela é uma consequência direta da forma como a depressão afeta o cérebro. Durante o sono REM, nosso sistema neurológico cria histórias completas — com cenários, personagens, falas e sensações. Para isso, o cérebro precisa estar ativo, conectado e saudável. Em estados depressivos mais intensos, essa “produção mental” é reduzida ou até ausente.
Estudos apontam que pacientes com depressão apresentam alterações no padrão do sono REM, o que pode reduzir a capacidade de sonhar ou de lembrar dos sonhos. Essa ausência pode, inclusive, agravar a sensação de apatia e desconexão emocional.
O que os sonhos revelam sobre sua saúde mental?
Sonhar não é apenas entretenimento noturno. Os sonhos refletem o equilíbrio emocional, ajudam a processar experiências e até fortalecem a memória. Quando uma pessoa deixa de sonhar, isso pode indicar que o cérebro está poupando recursos por estar sobrecarregado. E isso, segundo a psiquiatra, é um sinal de alerta.

Ela ainda cita como exemplo os sonhos de voo — aqueles em que nos sentimos leves, livres e flutuando. Para que esse tipo de sonho aconteça, o cérebro precisa estar criativo e em pleno funcionamento. Por isso, quando ele aparece, pode ser sinal de que sua saúde mental está em dia.
Quais são os impactos da depressão no sono REM?
A depressão interfere de forma significativa na arquitetura do sono. Muitos pacientes apresentam início precoce do sono REM, alterações em sua duração e qualidade, além de uma fragmentação geral do descanso noturno. Tudo isso contribui para que o cérebro não realize suas funções de reparo e processamento durante a noite.
Essas mudanças prejudicam não apenas a disposição física no dia seguinte, mas também o humor, a memória, a concentração e a capacidade de lidar com as emoções. Sem o sono adequado, o ciclo depressivo se perpetua, dificultando a recuperação.
Como recuperar a qualidade dos sonhos?
Se você tem percebido ausência de sonhos, acorda com sensação de cansaço ou não se sente restaurado após dormir, vale considerar algumas medidas. Primeiramente, buscar acompanhamento profissional é fundamental. Psicólogos e psiquiatras podem avaliar seu padrão de sono e identificar possíveis sinais de depressão.
Além disso, melhorar a higiene do sono faz diferença. Manter horários regulares, evitar estímulos como telas antes de dormir, investir em um ambiente escuro e silencioso são passos importantes. A alimentação equilibrada e o uso de estratégias de relaxamento, como meditação, também ajudam a melhorar a qualidade do sono REM.
Fontes confiáveis utilizadas
- Wikipédia – “Sono REM” e “Ana Beatriz Barbosa Silva”
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sono_REM
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ana_Beatriz_Barbosa_Silva - Verywell Mind – “What Are Vivid Dreams?”
https://www.verywellmind.com/what-is-a-vivid-dream-causes-prevention-6753117 - Verywell Health – “What Causes Morning Dreams?”
https://www.verywellhealth.com/what-causes-morning-dreams-3014716