A febre Oropouche é uma arbovirose causada pelo Orthobunyavirus oropoucheense, com sintomas que se confundem com dengue e chikungunya. Os principais sinais são febre alta repentina, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, tontura e náuseas.
Também podem ocorrer calafrios, fotofobia e erupções cutâneas. O período de incubação varia de 4 a 8 dias após a picada do mosquito infectado. Os sintomas costumam durar até uma semana, sendo mais intensos em crianças, idosos e pessoas com comorbidades.
Como o vírus Oropouche é transmitido no Brasil?
A transmissão da febre Oropouche ocorre principalmente pela picada do maruim (Culicoides paraensis), mas mosquitos como o Culex quinquefasciatus também podem ser vetores, principalmente em zonas urbanas. O vírus circula em ambientes silvestres, rurais e urbanos.
Recentemente, foi identificada a linhagem OROV BR-2015-2024, associada à expansão geográfica da doença e possível escape imunológico. Mais de 10 mil casos já foram notificados no Brasil até o início de 2025, com óbitos registrados no Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Quais estratégias ajudam a prevenir a febre Oropouche?
Prevenir a febre Oropouche exige medidas para evitar o contato com mosquitos vetores. A proteção individual e a eliminação de criadouros são essenciais para conter o avanço da doença, principalmente em áreas endêmicas.
- Usar roupas compridas que protejam braços e pernas
- Aplicar repelentes em áreas expostas da pele
- Instalar telas de proteção em janelas e portas
- Eliminar água parada em vasos, pneus e recipientes abertos
- Manter quintais e terrenos limpos e livres de entulho

Gestantes, idosos e imunossuprimidos devem redobrar os cuidados, evitando regiões com alta infestação de mosquitos e seguindo orientações das autoridades de saúde.
Quais obstáculos dificultam o combate à febre Oropouche?
Entre os principais desafios no combate à febre Oropouche estão o diagnóstico clínico difícil, a falta de testes rápidos em larga escala e a semelhança com outras arboviroses. Muitos casos podem ser subnotificados ou confundidos com dengue.
Fatores ambientais como desmatamento, urbanização acelerada e mudanças climáticas ampliam o alcance dos mosquitos vetores. A resposta ao surto exige colaboração entre instituições públicas, pesquisadores e comunidades locais para frear a propagação do vírus.
Existe tratamento eficaz contra a febre Oropouche?
Atualmente, não existe tratamento antiviral específico aprovado para a febre Oropouche. O manejo é sintomático, com foco em aliviar a febre, dores e desconforto, por meio de medicamentos prescritos por profissionais de saúde.
Recomenda-se repouso, hidratação constante e acompanhamento médico, especialmente para grupos vulneráveis. Vacinas estão em desenvolvimento, mas ainda sem previsão de liberação. A detecção precoce continua sendo uma das principais ferramentas de controle.
Curiosidade: A febre Oropouche já foi registrada em mais de 12 estados brasileiros, e especialistas acreditam que o número real de infectados pode ser muito maior devido à subnotificação e à baixa testagem na rede pública.