Controlar a pressão arterial após os 60 anos é fundamental para diminuir o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, que estão entre as principais causas de mortalidade nessa faixa etária. A evolução da cardiologia destaca a importância de compreender os fatores que influenciam a pressão arterial e adotar medidas práticas no cotidiano para manter esses níveis sob controle, favorecendo uma vida mais saudável e duradoura.
De acordo com as principais sociedades de cardiologia, inclusive a Sociedade Brasileira de Cardiologia, os valores ideais de pressão arterial para adultos acima dos 60 anos devem ser mantidos abaixo de 130/80 mmHg. Ou seja, o valor sistólico preferencialmente inferior a 130 mmHg, e o diastólico menor que 80 mmHg. Pressões superiores a 140/90 mmHg caracterizam hipertensão arterial. Vale ressaltar que as metas podem ser adaptadas conforme o quadro clínico, eventuais doenças associadas ou o grau de fragilidade do paciente, sempre buscando o menor risco possível de complicações cardiovasculares.
Fatores que influenciam a pressão arterial após os 60 anos
Embora a idade seja um fator relevante, ela não é a única responsável pelo aumento da pressão arterial em pessoas acima dos 70 anos. O processo de envelhecimento resulta em maior rigidez arterial, o que facilita a elevação da pressão. Entretanto, hábitos alimentares inadequados, o sedentarismo e condições como obesidade e diabetes desempenham papel relevante. O histórico familiar de hipertensão também tem peso, como demonstram estudos publicados no PubMed.
Além destes fatores, o consumo excessivo de sal, alimentos industrializados, tabagismo, uso abusivo de álcool e elevados níveis de estresse aumentam o risco. A interação entre componentes genéticos e ambientais reforça a importância de adotar hábitos saudáveis para prevenir ou controlar a hipertensão nessa faixa etária.

Monitoramento e controle da pressão arterial em casa
O monitoramento doméstico da pressão arterial é uma indicação recomendada para pessoas acima dos 60 anos. As medições devem ser feitas preferencialmente duas vezes ao dia, pela manhã e à noite, utilizando aparelhos aprovados por órgãos como a Anvisa, por exemplo, o Omron HEM-7320 ou modelos equivalentes, para garantir precisão dos resultados.
- Evitar fumar ou ingerir café meia hora antes de medir a pressão.
- Sentar-se confortavelmente, com o braço apoiado na altura do coração.
- Registrar os números anotando em cadernos ou aplicativos de celular, como o SmartBP e o MedM Blood Pressure.
Esses cuidados, associados à alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos e manejo do estresse, aumentam a eficácia do controle da pressão arterial.
Como identificar alterações nos níveis pressóricos?
A hipertensão, na maioria das vezes, não apresenta sintomas, sendo considerada um “inimigo silencioso”. No entanto, sinais de alerta podem surgir, como dores de cabeça recorrentes, tontura ou visão embaçada. Em situações graves, sensação de falta de ar, dores no peito e desmaios podem indicar emergência médica, exigindo atendimento imediato.
A regularidade nas aferições e a adoção de ajustes no estilo de vida são essenciais para prevenção e controle das complicações relacionadas à pressão elevada. O acompanhamento por especialistas e a busca por informações em fontes confiáveis, como o Ministério da Saúde, são recomendados.
Complicações de longo prazo da hipertensão não tratada
Hipertensão arterial sem tratamento adequado pode acarretar sérios problemas a longo prazo. Entre as complicações mais frequentes estão insuficiência cardíaca, doenças coronarianas, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal crônica e danos na retina com possível perda de visão. O comprometimento de órgãos como cérebro e rins por longos períodos, muitas vezes sem sintomas perceptíveis, ressalta a importância do controle rigoroso e do seguimento das orientações médicas para evitar esses desfechos.
Cuidar da pressão arterial após os 60 anos, portanto, é um compromisso diário que contribui diretamente para a manutenção da saúde, qualidade de vida e longevidade. Consultas regulares, monitoramento frequente e hábitos saudáveis são aliados nessa jornada.