A creatina é um dos suplementos mais populares entre praticantes de atividade física, mas seus efeitos vão muito além da performance esportiva. De acordo com a cardiologista Dra. Thaíssa Monteiro (CRM não informado), especialista em cardiopatia congênita no adulto, a creatina também pode ter impacto direto no funcionamento do coração. Em seu perfil no TikTok (@dra.thaissamonteiro), a médica esclarece os benefícios potenciais do suplemento para a saúde cardiovascular e destaca a importância do acompanhamento profissional.
Creatina faz bem para o coração?
Segundo a especialista, a creatina atua de forma importante no metabolismo energético celular e pode beneficiar o coração, principalmente em relação à contratilidade miocárdica, que é a capacidade do coração de se contrair e bombear sangue. Além disso, ela pode oferecer proteção contra lesões isquêmicas, aquelas causadas por falta de oxigenação no tecido cardíaco.
Apesar dessas evidências, a Dra. Thaíssa enfatiza que a suplementação com creatina ainda não faz parte de diretrizes oficiais de tratamento para pacientes cardiopatas, nem no Brasil, nem na Europa ou nos Estados Unidos. Portanto, não é recomendado o uso indiscriminado sem avaliação especializada.
Quais os riscos da creatina em pessoas com problemas cardíacos?
O uso de creatina por pessoas com doenças cardíacas, como insuficiência cardíaca ou doença coronariana, requer cautela. Embora alguns estudos apontem benefícios, a ausência de diretrizes formais significa que o suplemento ainda é visto com reserva nesses contextos. Cada caso deve ser analisado individualmente por um cardiologista e um nutricionista.

O principal risco é a automedicação. Mesmo um suplemento considerado seguro pode causar efeitos adversos se usado sem critério, principalmente em quem já possui condições clínicas preexistentes. Por isso, a orientação é sempre buscar acompanhamento antes de iniciar o uso.
Por que a creatina se tornou tão popular?
O interesse pela creatina cresceu porque seu uso está associado a ganho de massa magra, melhora no desempenho físico e maior resistência muscular. Esses efeitos são especialmente desejados por atletas e praticantes de musculação. Entretanto, é importante lembrar que suplementos não substituem uma alimentação equilibrada e nem todos precisam deles.
No contexto cardíaco, a creatina tem sido estudada por sua ação celular, mas os efeitos ainda estão sendo melhor compreendidos. A suplementação, quando necessária, deve fazer parte de uma estratégia terapêutica personalizada, respeitando o quadro clínico e os objetivos de cada paciente.
Pacientes com insuficiência cardíaca podem tomar creatina?
A resposta é: depende. A Dra. Thaíssa Monteiro reforça que não existe recomendação oficial para o uso de creatina em pessoas com insuficiência cardíaca. Embora haja estudos indicando um possível efeito positivo na contratilidade do músculo cardíaco, isso ainda não é consenso na comunidade científica.
Por isso, se você tem qualquer problema cardíaco, não inicie a suplementação sem conversar com um especialista. O acompanhamento adequado garante não apenas a segurança do tratamento, mas também melhores resultados para sua saúde geral.
Quais profissionais devem orientar o uso de creatina?
Para avaliar se a creatina é indicada no seu caso, é essencial consultar um cardiologista e um nutricionista. Esses profissionais avaliarão seu histórico, condições clínicas e necessidades específicas antes de recomendar qualquer tipo de suplemento.
Somente com essa abordagem personalizada é possível garantir que a suplementação traga benefícios reais sem comprometer sua saúde. A creatina pode ser uma aliada importante, mas não é uma solução universal.
Fontes oficiais para aprofundamento:
- Sociedade Brasileira de Cardiologia: https://www.cardiol.br
- Biblioteca Virtual em Saúde: https://bvsalud.org
- PubMed (base de estudos clínicos): https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov