Em 2025, o Brasil enfrenta um desafio de saúde pública significativo: a febre Oropouche, uma doença viral transmitida por mosquitos, que se tornou um problema crescente em várias regiões do país. O aumento de casos tem levado a preocupações constantes, especialmente em áreas com climas favoráveis à proliferação dos vetores, como as regiões Norte e Centro-Oeste. Fatores como mudanças climáticas, urbanização acelerada e desmatamento contribuem para o aumento dos focos de infecção, permitindo ao vírus alcançar áreas antes não afetadas, incluindo grandes cidades como Manaus e Belém.
A febre Oropouche é causada por um vírus pertencente ao gênero Orthobunyavirus, transmitido principalmente por mosquitos de difícil percepção, como o maruim. Outros vetores, como os mosquitos do gênero Culex, também desempenham papel nas infecções urbanas. A doença não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa, o que a diferencia de outras viroses conhecidas.
Como a febre Oropouche se manifesta?
O quadro sintomático da febre Oropouche é semelhante ao de outras doenças virais transmitidas por mosquitos. Os sintomas geralmente surgem após um período de incubação de quatro a oito dias e incluem febre súbita, dores intensas na cabeça, músculos, articulações, além de náuseas e erupções cutâneas. Embora a maioria dos casos seja leve, certas populações, como crianças e idosos, podem apresentar quadros mais graves que requerem atenção médica. Em surtos registrados em 2023 e 2024, houve relatos de complicações neurológicas em um pequeno percentual dos pacientes, ressaltando a necessidade de monitoramento constante.

Quais são os métodos de transmissão?
A propagação da febre Oropouche ocorre principalmente através da picada de mosquitos infectados. O maruim é o vetor primário em áreas silvestres, enquanto mosquitos urbanos expandem o ciclo de transmissão para regiões mais densamente povoadas. A presença de criadouros domésticos, como recipientes com água parada, aumenta significativamente o risco de infecção para a população local. Atualmente, pesquisas de campo realizadas por equipes da Fiocruz têm identificado espécies de mosquitos adaptadas ao ambiente urbano, o que amplia o desafio para o controle da doença.
Quais são as principais formas de prevenção e controle?
Medidas preventivas são fundamentais no combate à febre Oropouche. Estratégias eficazes incluem:
- Uso regular de repelentes cutâneos, especialmente em áreas expostas do corpo;
- Instalação de telas de proteção para evitar a entrada de mosquitos em residências;
- Eliminação de locais que possam servir de criadouro para mosquitos, como vasos de plantas e garrafas;
- Educação comunitária sobre práticas de prevenção e sintomas da doença, com o apoio de campanhas de órgãos como o Ministério da Saúde.
Essas medidas, associadas à pesquisa em desenvolvimento de vacinas e tratamentos específicos, lideradas por instituições como a Universidade de São Paulo, são cruciais para minimizar os riscos e garantir uma melhor resposta à doença. Iniciativas tecnológicas, incluindo o uso de aplicativos como o e-SUS Notifica, também têm facilitado o acompanhamento de casos e a disseminação de informações em tempo real.
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Quais desafios ainda são enfrentados no combate à febre Oropouche?
O combate à febre Oropouche envolve desafios consideráveis, incluindo o diagnóstico diferencial, pois seus sintomas são semelhantes aos de outras arboviroses. Além disso, a falta de infraestrutura adequada em algumas regiões dificulta intervenções rápidas e eficazes. A cooperação de instituições de saúde com as comunidades locais é crucial para a disseminação de informações seguras e a implementação de ações de controle eficazes.
A execução de políticas públicas acertadas e a mobilização contínua da população são essenciais para reduzir os impactos da doença. A informação precisa e a educação sobre a importância do controle ambiental são ferramentas poderosas para frear a expansão da febre Oropouche e proteger a saúde pública.