A nutricionista Isabella Lacerda (@isabellalacerda_nutri), conhecida por seu tom direto e realista nas redes sociais, revela algumas verdades que desmistificam dietas milagrosas e hábitos alimentares sem embasamento científico. Com mais de 1,5 milhão de seguidores e uma presença digital forte, Isabella chama atenção para práticas comuns que, na realidade, não trazem os benefícios que prometem. Seu objetivo é ajudar pessoas a encontrarem um caminho sustentável para a saúde e o emagrecimento, sem cair em armadilhas ou modismos.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a alimentação equilibrada é uma das principais estratégias para prevenir doenças crônicas e manter um peso saudável. No entanto, muitos mitos ainda circulam, confundindo quem busca melhorar seus hábitos. Isabella Lacerda traz clareza ao explicar, com linguagem acessível, por que práticas como “dia do lixo”, uso indiscriminado de vinagre ou óleo de coco não são soluções mágicas e, em alguns casos, podem até atrapalhar o progresso.
Comer alho cru de manhã ajuda a imunidade?
Um dos primeiros mitos abordados por Isabella é a ideia de que consumir alho cru em jejum aumenta a imunidade. Embora o alho contenha compostos bioativos como a alicina, conhecidos por terem potencial antioxidante, não há evidências científicas robustas que confirmem que comer alho cru, especialmente em jejum, fortalece a imunidade de forma significativa.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo equilibrado de alimentos ricos em nutrientes como frutas, legumes e grãos integrais para fortalecer o sistema imunológico. Isabella destaca que o consumo isolado de um único alimento não tem efeito milagroso. Na prática, comer alho cru de manhã pode causar apenas desconforto digestivo e mau hálito, sem oferecer os benefícios que muitas pessoas acreditam.
Vinagre emagrece? O que dizem os estudos?
Outro ponto questionado pela nutricionista é o mito de que vinagre emagrece. Algumas dietas pregam o consumo de vinagre de maçã como aliado do emagrecimento, mas não existem evidências científicas sólidas de que ele, por si só, cause perda de peso. O que pode ocorrer é uma ligeira melhora na digestão de carboidratos, mas isso está longe de ser significativo para o emagrecimento real.
O Ministério da Saúde ressalta que a perda de peso saudável está ligada ao equilíbrio energético — consumir menos calorias do que se gasta — aliado a hábitos como atividade física regular. Isabella alerta para o perigo de acreditar em soluções rápidas, que acabam desviando o foco de um plano alimentar completo e sustentável.
Margarina ou manteiga: qual a melhor escolha?
O dilema entre margarina e manteiga é antigo. Isabella Lacerda reforça que não existe um “vilão” absoluto entre os dois, desde que o consumo seja moderado. A manteiga contém gorduras saturadas, enquanto a margarina é rica em gorduras trans e óleos vegetais processados. A recomendação dos órgãos de saúde, como a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), é que ambos sejam usados com moderação, preferindo versões com menos aditivos e priorizando fontes naturais de gordura, como azeite de oliva extra virgem.
O ponto crucial é que a quantidade e o contexto da dieta importam muito mais do que escolher apenas um alimento “bom” ou “ruim”. Comer manteiga em excesso, por exemplo, pode impactar negativamente os níveis de colesterol, enquanto margarina em grandes quantidades também não é recomendada devido ao teor de gorduras artificiais.
Refrigerante zero é melhor do que suco natural?
Outra reflexão proposta por Isabella é a comparação entre refrigerante zero e suco de laranja natural. Embora o refrigerante zero não contenha açúcar, ele apresenta adoçantes artificiais e aditivos químicos. Já o suco de laranja é rico em frutose e vitaminas, mas, quando consumido em excesso, pode elevar os níveis de açúcar no sangue quase da mesma forma que um refrigerante comum.
A OMS recomenda que a ingestão de frutas inteiras seja preferida em vez de sucos, pois elas oferecem fibras e maior saciedade. Isabella alerta que tanto o refrigerante zero quanto o suco precisam ser consumidos com consciência, sem exageros e sempre considerando o contexto de uma dieta equilibrada.
O “dia do lixo” prejudica o emagrecimento?
O famoso “dia do lixo”, em que se come de forma exagerada após dias de restrição, é um dos grandes sabotadores do processo de emagrecimento, segundo Isabella Lacerda. A lógica é simples: se você mantém um déficit calórico durante a semana e, em um único dia, consome muito mais calorias do que deveria, acaba anulando todo o esforço anterior.
Esse tipo de comportamento gera um ciclo de culpa, inchaço e até desmotivação, dificultando a adesão a um estilo de vida saudável. A nutricionista defende que é possível incluir alimentos prazerosos na rotina, mas de forma equilibrada, sem a necessidade de “descontar” em um único dia.
Óleo de coco realmente ajuda a emagrecer?
Por muitos anos, o óleo de coco foi propagandeado como um superalimento capaz de acelerar o metabolismo e ajudar na perda de peso. No entanto, estudos recentes e órgãos como a Associação Americana do Coração (AHA) apontam que o óleo de coco é rico em gordura saturada, podendo elevar o colesterol LDL, associado ao risco cardiovascular.
Isabella reforça que o óleo de coco pode ser consumido eventualmente, mas não deve ser tratado como alimento funcional para emagrecimento. Em vez disso, é melhor optar por fontes de gordura saudável, como azeite de oliva, abacate e castanhas.
Por que cair em mitos pode atrapalhar seus resultados?
A disseminação de informações sem base científica faz muitas pessoas perderem tempo, dinheiro e saúde com estratégias ineficazes. Isabella Lacerda chama atenção para o perigo das dietas da moda e dos produtos que prometem resultados rápidos. A melhor forma de cuidar do corpo é através de uma alimentação variada, rica em nutrientes e adaptada ao seu estilo de vida.

Mitos como “vinagre emagrece” ou “óleo de coco queima gordura” desviam o foco do que realmente importa: o equilíbrio alimentar. Além disso, a crença em soluções milagrosas pode levar a frustrações, já que os resultados costumam ser insustentáveis.
Hábitos que realmente funcionam para emagrecer
- Priorizar alimentos naturais, como frutas, vegetais, proteínas magras e grãos integrais.
- Controlar porções e calorias, evitando exageros, mesmo com alimentos saudáveis.
- Beber água regularmente, evitando substituir a hidratação por sucos ou refrigerantes.
- Praticar atividade física, seja musculação, caminhada ou exercícios aeróbicos.
- Manter regularidade alimentar, sem longos períodos de jejum seguidos por compensações exageradas.
Onde encontrar informações confiáveis sobre nutrição?
- Ministério da Saúde (Guia Alimentar para a População Brasileira): https://www.gov.br/saude/pt-br
- Organização Mundial da Saúde (OMS): https://www.who.int/
- Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN): https://www.sban.org.br/
- Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN): https://www.asbran.org.br/