Em apenas cinco anos, o número de golpes contra idosos em Minas Gerais saltou de 4 para 38 por dia — um aumento de 850%, segundo dados da Sejusp-MG. Essa escalada evidencia o crescimento alarmante de fraudes voltadas ao público com mais de 60 anos.
Esse cenário reflete o avanço das fraudes digitais, impulsionadas por tecnologias como Inteligência Artificial e vazamento de dados. A cada 10 minutos, um idoso é enganado no Brasil, de acordo com o Disque 100.
Como a tecnologia tem sido usada para enganar os idosos?
Segundo o Procon Assembleia, os criminosos têm usado recursos de IA para simular vozes e identidades confiáveis. Isso torna a fraude ainda mais convincente, especialmente para quem não domina o ambiente digital.
Falsas centrais de atendimento, boletos fraudulentos e anúncios com celebridades são algumas das estratégias usadas. A fragilidade emocional e a falta de familiaridade com a tecnologia tornam os idosos alvos fáceis.
Quais são os golpes mais comuns aplicados em pessoas com mais de 60 anos?
- Boletos falsos: golpistas usam imagens de médicos ou celebridades para vender produtos inexistentes.
- Falsos atendentes: criminosos se passam por bancos ou órgãos públicos para extrair dados.
- Golpe do amor: enganam emocionalmente para obter dinheiro da vítima.
- Empréstimos indevidos: contratados com dados vazados do INSS.
Essas práticas vêm se tornando mais sofisticadas, dificultando a detecção por parte das vítimas.

Como o vazamento de dados tem facilitado fraudes contra aposentados?
Com informações vazadas do INSS e outros bancos de dados, golpistas conseguem contratar empréstimos, autorizar descontos indevidos ou aplicar fraudes em nome dos idosos.
Uma vítima de BH, por exemplo, descobriu que parte de sua aposentadoria era destinada a um sindicato de pescadores, mesmo sem nunca ter tido relação com a atividade.
Por que a inclusão digital é crucial na proteção dos idosos?
Muitos idosos ainda enfrentam barreiras tecnológicas básicas, como acessar sites, agendar serviços online ou reconhecer fraudes digitais. Isso os torna mais vulneráveis aos crimes cibernéticos.
Sem domínio digital, mesmo direitos garantidos — como o reembolso de descontos indevidos — podem não ser acessados. A falta de autonomia digital compromete a segurança financeira e a dignidade dessa população.
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O que tem sido feito para ajudar na proteção digital de idosos?
Iniciativas como o programa Meu+, do Banco Mercantil, têm promovido letramento digital, segurança financeira e bem-estar para pessoas acima dos 50 anos. A proposta é tornar a tecnologia mais acessível e funcional.
- O curso oferece noções básicas de navegação online.
- Ensina como identificar fraudes e agir com segurança em aplicativos bancários.
- Ajuda o idoso a se proteger de ataques via celular, computador e internet.
Com o avanço das fraudes digitais, capacitar o público idoso deixou de ser um diferencial — tornou-se uma necessidade urgente.