Três alimentos que eu não compraria sendo nutricionista é um tema que desperta curiosidade e provoca debates, principalmente quando quem fala é um profissional reconhecido nas redes sociais. Nutri João Muzzy, com milhões de seguidores no TikTok e Instagram, lista três itens comuns que, segundo ele, não fazem sentido no dia a dia: sal rosa do Himalaia, óleo de coco e chocolate ao leite. A fala chama atenção por desmistificar conceitos populares e ajudar o consumidor a fazer escolhas mais conscientes.
Neste artigo, você vai entender os motivos por trás dessas recomendações, as alternativas possíveis e como aplicar no cotidiano essas orientações, sempre respaldadas por dados de órgãos confiáveis como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a American Heart Association (AHA).
O sal rosa do Himalaia é realmente melhor que o sal comum?
O sal rosa do Himalaia ganhou fama por supostamente ser mais saudável e nutritivo do que o sal comum, graças à presença de traços de minerais. Mas a verdade é que, na prática, sua composição é quase idêntica à do sal refinado, principalmente em relação ao sódio. O que realmente muda é a cor, causada por minérios, e o preço, que chega a ser até dez vezes maior.
Nutri João Muzzy é direto ao afirmar:
“um grama de sal rosa tem trezentos e cinquenta miligramas de sódio, que é a mesma quantidade de sódio que tem um grama de sal tradicional”
Ele ainda complementa dizendo que, para obter micronutrientes, não faz sentido gastar dinheiro em sal rosa, já que alimentos como legumes, verduras e frutas são fontes muito mais eficientes e completas desses nutrientes.
A recomendação principal dos órgãos de saúde é reduzir o consumo de sódio para menos de 2.000 mg por dia, o que equivale a cerca de 5 gramas de sal. Portanto, independentemente da cor ou origem do sal, a moderação é o fator determinante para a saúde cardiovascular.
Por que o óleo de coco pode não ser a melhor escolha?
O óleo de coco se tornou queridinho em dietas, mas é uma escolha controversa. Ele possui cerca de 80% a 90% de gordura saturada, uma das maiores concentrações entre os óleos vegetais. Estudos mostram que o consumo excessivo de gorduras saturadas aumenta os níveis de colesterol LDL, conhecido como “colesterol ruim”, elevando os riscos de doenças cardiovasculares.
Sobre isso, Nutri João Muzzy afirma:
“esse aqui é um marketing desgraçado de bom que eles fizeram nesse produto.”
Ele argumenta que, além do preço elevado, o óleo de coco não oferece benefícios relevantes que justifiquem seu uso no dia a dia, sendo mais interessante optar por óleos como o de soja, que têm menor teor de gordura saturada e são ricos em gorduras poli e monoinsaturadas.
Especialistas em saúde, como a American Heart Association, recomendam priorizar gorduras consideradas boas, como azeite de oliva e óleos vegetais, e manter as gorduras saturadas abaixo de 10% das calorias diárias. Essa substituição, além de mais saudável, costuma ser mais econômica.
Chocolate ao leite: prazer x moderação — qual é o segredo?
O chocolate ao leite é um dos alimentos mais apreciados, mas também é fácil de consumir em excesso. Nutri João Muzzy admite que ele mesmo evita comprar esse produto porque não consegue se controlar com as quantidades.
“esse aqui eu não compraria porque eu não tenho maturidade pra comer nas quantidades que daria pra comer todos os dias”
Ele complementa que, para quem tem moderação e disciplina, não há problema em consumir chocolate ao leite, desde que seja em pequenas porções.
O desafio está na quantidade. Chocolates ao leite têm alto teor de açúcares e gorduras, e quando consumidos em excesso podem levar ao aumento de peso e outros problemas metabólicos. Uma boa alternativa é optar por chocolates com maior teor de cacau (70% ou mais), que oferecem mais antioxidantes e menos açúcar.
Quais são substituições inteligentes para esses alimentos?
Pequenas trocas podem trazer grandes benefícios. Veja algumas substituições simples e eficazes:
Para o sal rosa:
- Use sal refinado iodado, que fornece o mesmo teor de sódio por um preço menor.
- Considere o uso de temperos naturais como ervas e especiarias para reduzir a quantidade de sal nas receitas.
Para o óleo de coco:
- Prefira azeite de oliva extra virgem, que contém gorduras boas para a saúde do coração.
- Óleo de soja ou óleo de canola também são opções equilibradas e mais baratas.
Para o chocolate ao leite:
- Substitua por chocolate meio amargo ou 70% cacau, consumindo pequenas porções.
- Combine pedaços de chocolate com frutas frescas para equilibrar o sabor doce e os nutrientes.
Como manter equilíbrio sem seguir modismos?
Uma alimentação saudável não exige cortes radicais ou produtos caros. O segredo está no equilíbrio e na variedade. Focar em alimentos in natura, como frutas, verduras, legumes, cereais integrais e proteínas magras, é a forma mais eficiente de manter uma dieta nutritiva e balanceada.

Além disso, vale a pena desenvolver uma relação mais consciente com a comida. Ler rótulos, desconfiar de produtos que se dizem “milagrosos” e questionar modismos são passos fundamentais. É sempre válido buscar a orientação de um nutricionista para ter um plano alimentar personalizado, respeitando suas necessidades individuais.
O que a ciência recomenda além desses três alimentos?
As recomendações globais sobre nutrição reforçam que a prevenção de doenças começa na mesa. Reduzir o consumo de sal e de gorduras saturadas é uma das estratégias mais eficazes para proteger o sistema cardiovascular. Da mesma forma, controlar açúcares simples, como os presentes em chocolates ao leite, ajuda a manter níveis saudáveis de glicose no sangue.
Além disso, trocar alimentos ultraprocessados por opções naturais é uma das orientações centrais de guias alimentares, como o do Ministério da Saúde. Pequenas mudanças diárias, como incluir mais fibras e proteínas magras nas refeições, já fazem grande diferença na saúde a longo prazo.