O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é frequentemente citado, mas nem sempre diagnosticado corretamente. Rafael Gratta, especialista em foco e produtividade, afirma que apenas uma pequena parcela das pessoas apresenta TDAH de fato, enquanto a maioria confunde os sintomas com hábitos inadequados ou problemas relacionados ao estilo de vida.
Neste artigo, você vai entender o que caracteriza o TDAH, por que o diagnóstico deve ser criterioso, como hábitos básicos afetam o foco e por que a disciplina diária pode ser mais eficaz do que apenas buscar rótulos clínicos.
Qual é a real prevalência do TDAH?
Segundo Rafael Gratta, apenas 10% das pessoas apresentam TDAH. Muitos acreditam ter o transtorno por apresentarem sinais como distração e dificuldade de foco, mas essas condições podem estar ligadas a outros fatores, como sono irregular, má alimentação, sedentarismo ou excesso de estímulos digitais.
“apenas dez por cento das pessoas tem TDAH. então a maioria das pessoas que acha que tem TDAH, na verdade tá dormindo mal, comendo mal, sedentários ou com a dopamina desregulada por celular”
Essa percepção equivocada reforça a importância de avaliar o contexto de vida antes de buscar diagnósticos ou iniciar tratamentos.
Como é feito o diagnóstico de TDAH?
Para ser diagnosticado com TDAH, é preciso uma avaliação clínica detalhada, que inclui histórico de comportamento desde a infância. Os principais sinais envolvem hiperatividade, impulsividade e dificuldade de manter a atenção.
“pra fechar um diagnóstico de TDAH, seu comportamento precisa ser avaliado retrospectivamente, ou seja, desde a infância”
Não existe exame de imagem ou teste laboratorial capaz de confirmar o TDAH. Isso torna o diagnóstico subjetivo e dependente da análise de especialistas qualificados, como psiquiatras ou neurologistas.
Hábitos podem imitar sintomas de TDAH?
Muitos dos sintomas associados ao TDAH podem ser resultado de maus hábitos diários. A falta de sono de qualidade, uma dieta pobre em nutrientes, sedentarismo e tempo excessivo de tela contribuem para a desatenção e baixa produtividade.

“muitas pessoas se prendem a identidade de TDAH e ignoram várias medidas básicas, como regular sono, alimentação e tempo de tela”
Ajustar esses pontos pode gerar melhorias significativas na concentração e no bem-estar, sem a necessidade de rótulos ou tratamentos medicamentosos precipitados.
Medicamentos resolvem o problema sozinhos?
Embora existam medicamentos para o TDAH, eles não resolvem a causa de forma isolada. São indicados apenas em situações específicas e devem ser acompanhados por mudanças no estilo de vida e estratégias para treinar o foco.
Gratta reforça que o foco é algo treinável e que o TDAH não define a identidade de uma pessoa. Ter disciplina, organizar a rotina e criar ambientes com menos distrações são medidas eficazes para melhorar a concentração.
Fontes Oficiais
- Ministério da Saúde – Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para TDAH (PDF):
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/pcdt/t/transtorno-do-deficit-de-atencao-com-hiperatividade-tdah/view - Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA): https://tdah.org.br/
- American Psychiatric Association – ADHD: https://www.psychiatry.org/patients-families/adhd
- Organização Mundial da Saúde – Saúde Mental: https://www.who.int/health-topics/mental-health