O médico e influenciador Paulo Muzy (CRM-SP 115.573) destaca a importância do exemplo dos pais na construção dos hábitos alimentares dos filhos. Em suas orientações, ele explica que a refeição em família é uma das ferramentas mais eficazes para ensinar bons comportamentos à mesa, pois as crianças aprendem por repetição e observação.
Segundo Paulo, sentar-se para comer junto com os filhos ajuda a criar uma conexão com o momento da alimentação e reforça a ideia de que comer vai além de matar a fome — é um ritual que envolve atenção, prazer e convivência. Essa prática reduz distrações e incentiva escolhas mais equilibradas.
Por que as refeições em família fazem diferença?
O especialista recomenda que os pais reservem momentos para comer junto com as crianças, sem pressa e sem uso de telas. Essa rotina não apenas promove uma relação saudável com os alimentos, mas também estimula a comunicação entre pais e filhos, tornando a hora da refeição um espaço de aprendizado e vínculo emocional.
Estudos publicados pela Harvard T.H. Chan School of Public Health indicam que refeições em família estão associadas a dietas mais nutritivas e menor risco de obesidade infantil, justamente porque as crianças tendem a imitar o comportamento alimentar dos pais.
Como criar um ritual de alimentação saudável?
Paulo Muzy sugere estabelecer uma ordem para as refeições, começando pela salada ou vegetais, para depois avançar para o prato principal. Ele ressalta que é melhor servir pequenas porções e esperar alguns minutos antes de repetir, para dar tempo de o corpo sinalizar a saciedade. Essa prática ajuda a evitar excessos e ensina as crianças a respeitar seus sinais de fome e satisfação.
Outra recomendação importante é fazer pausas entre os pratos, aproveitando para conversar com a criança sobre como foi o dia. Essa pausa dá tempo para o cérebro processar a quantidade de alimento ingerido e reduz a compulsão por comer rápido.
Como estimular a saciedade natural das crianças?
“A saciedade é tardia em relação à alimentação”, explica Muzy. Por isso, comer devagar e em pequenas porções faz com que o corpo perceba melhor quando está satisfeito. Esse aprendizado evita a formação de hábitos de comer em excesso e pode ser levado para a vida adulta.

O médico aconselha os pais a oferecerem menos comida no prato do que imaginam ser necessário, permitindo que a criança repita apenas se sentir vontade. Assim, ela aprende a ouvir seu corpo e a diferenciar fome real de desejo de comer por impulso.
Quais erros os pais devem evitar na educação alimentar?
Entre os erros mais comuns, Paulo Muzy cita os “pratões” servidos de uma só vez, que incentivam a criança a comer além do necessário. Outro erro é utilizar recompensas alimentares, como sobremesas, para forçar a criança a comer o prato principal. Essas atitudes podem criar uma relação distorcida com a comida e prejudicar o equilíbrio alimentar.
Ele ainda reforça que os pais devem manter a paciência e não exigir perfeição na alimentação dos filhos. O foco deve estar na constância e na criação de um ambiente positivo em torno das refeições.
Fontes confiáveis sobre educação alimentar
- Sociedade Brasileira de Pediatria – Alimentação saudável na infância: https://www.sbp.com.br/
- Organização Mundial da Saúde – Healthy Diet: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/healthy-diet