O consumo frequente de álcool pode causar mudanças silenciosas, mas profundas, no funcionamento do organismo. O nutricionista Matheus D’Avila, com mais de 800 mil seguidores nas redes sociais, explica que mesmo pequenas quantidades de bebida alcoólica, quando consumidas com frequência, podem impactar o metabolismo, os hormônios e a saúde a longo prazo.
Segundo o especialista, logo no primeiro mês de ingestão regular de álcool, o metabolismo desacelera e a produção de testosterona pode cair até 20%. Essa queda hormonal reduz a eficiência do corpo em queimar gordura e pode comprometer o ganho de massa muscular. Apesar de um possível aumento do colesterol HDL (o “colesterol bom”), os efeitos negativos prevalecem quando o consumo se mantém ao longo do tempo.
O que acontece com o corpo após um ano de consumo?
“Depois de um ano, mesmo treinando, você começa a perder massa muscular, seu fígado acumula gordura, o risco de depressão aumenta e o intestino fica inflamado”, explica Matheus D’Avila. Além disso, o colesterol, que pode parecer controlado inicialmente, tende a se desequilibrar com o tempo, aumentando o risco cardiovascular.
O impacto psicológico também é relevante, já que o álcool pode afetar os neurotransmissores, diminuindo a sensação de prazer em atividades cotidianas. A longo prazo, esse desequilíbrio pode contribuir para quadros de ansiedade e depressão.
Quais os riscos do consumo contínuo por 10 anos?
De acordo com o nutricionista, o consumo frequente por uma década aumenta o risco de pelo menos sete tipos de câncer. Além disso, o cérebro pode sofrer encolhimento, e o coração envelhece mais rápido devido ao estresse oxidativo e ao aumento da pressão arterial. O álcool, quando se torna um hábito, passa a fazer parte da rotina sem que a pessoa perceba, dificultando ainda mais a interrupção do consumo.

É possível reverter os danos causados pelo álcool?
Sim, reduzir ou eliminar o consumo traz benefícios rápidos e significativos. O fígado, por exemplo, inicia um processo de regeneração poucos dias após a diminuição da ingestão alcoólica. A queima de gordura acelera, os níveis hormonais tendem a se equilibrar, e os riscos de câncer e doenças cardiovasculares caem consideravelmente com o tempo.
Por que o álcool afeta tanto o metabolismo?
O álcool é metabolizado principalmente pelo fígado, que prioriza sua eliminação em relação a outras funções, como a oxidação de gorduras. Isso gera um acúmulo de gordura no organismo e dificulta o processo de emagrecimento. Além disso, o consumo frequente interfere na produção de hormônios como testosterona e insulina, prejudicando o desempenho físico e a recuperação muscular.
Há uma dose segura de álcool?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), não existe um nível de consumo de álcool que possa ser considerado totalmente seguro para a saúde. Mesmo pequenas doses regulares aumentam o risco de doenças a longo prazo. Para quem deseja manter uma vida saudável, o ideal é reduzir ao máximo a frequência de consumo.
Fontes confiáveis sobre álcool e saúde
- Organização Mundial da Saúde (OMS): https://www.who.int
- Instituto Nacional de Câncer (INCA): https://www.inca.gov.br
- Sociedade Brasileira de Hepatologia: https://www.sbhepatologia.org.br