Refrigerante zero cancerígeno saúde é um mito que circula sem evidência científica robusta. Para o nutricionista Matheus D’Ávila (Instagram @matheusdavilanutri), não há comprovação de que o consumo moderado de refrigerantes zero cause câncer. Ele destaca que para alcançar algum efeito adverso, seria necessário consumir quantidades absurdas — cerca de quinze litros por dia.
Ele também esclarece que compostos como aspartame e corante caramelo IV estão presentes em níveis muito mais altos — e com menos risco — em alimentos comuns, como carnes processadas. Seu conselho é simples: se tiver dúvidas, opte por água, mas sem excessos prejudiciais.
Por que circula o mitodelento de que refrigerante zero pode causar câncer?
A narrativa de que refrigerantes zero são cancerígenos ganhou força por associações exageradas, sem estudo conclusivo. Matheus destaca que alegações sobre efeitos tóxicos do aspartame não se confirmam em doses típicas de consumo diário. No máximo, as pesquisas sugerem efeitos muito sutis em contextos de ingestão inaudita.
Ele esclarece: o aminoácido presente no aspartame está em concentração muito menor em uma lata de refrigerante do que em uma porção de frango. Já o corante caramelo IV tem evidência fraca de risco, respaldada apenas em estudos muito antigos com condições de exposição extremas.
Qual é a base científica sobre refrigerante zero e risco de câncer?
Órgãos como FDA, EFSA e INCA afirmam que adoçantes autorizados, como aspartame, não oferecem risco de câncer quando consumidos nas doses diárias aceitáveis. Essas instituições evidenciam que estudos em animais usados como base envolviam quantidades milhares de vezes maiores que o consumo humano habitual.

O corante caramelo IV também foi objeto de análise, e os resultados indicam risco mínimo, especialmente diante da ingestão moderada em refrigerantes ou alimentos processados, em geral.
Quando a água deve ser a prioridade — e quando não exagerar nela?
D’Ávila defende que, em situações de dúvida ou em eventos sociais, escolher água é sempre seguro e saudável. Entretanto, ele alerta que excesso de água pode diluir eletrólitos essenciais, causar desequilíbrio ou até intoxicação hídrica. O segredo está no equilíbrio: água na medida certa, sem compulsão.
Qual é o verdadeiro risco de carnes processadas em comparação?
Segundo o nutricionista, muitos dos compostos que geram preocupação estão em níveis mais elevados em alimentos como linguiça, bacon e embutidos. Esses produtos contêm nitritos, nitrosaminas e corantes que, em consumo frequente e em grandes quantidades, têm associação mais clara com doenças crônicas, incluindo câncer, do que o refrigerante zero em si.
Quando o refrigerante zero pode ser considerado como opção consciente?
Em uma alimentação geralmente equilibrada, refrigerante zero pode ser uma escolha ocasional, especialmente quando comparado às versões açucaradas. O foco deve sempre estar na moderação e no contexto geral da dieta. Substituir bebidas açucaradas por opções sem açúcar pode ajudar a reduzir calorias sem trazer riscos diretos à saúde.
Fontes oficiais consultadas
- Ministério da Saúde (Brasil): diretrizes sobre adoçantes e consumo moderado de refrigerantes – www.gov.br/saude
- Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): regulamentação de adoçantes como aspartame e corantes alimentares – www.gov.br/anvisa
- National Cancer Institute (NCI): análise sobre adoçantes artificiais e risco de câncer – www.cancer.gov
- EFSA (Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar): estudo de segurança do corante caramelo IV – www.efsa.europa.eu