uso de maconha e risco de infarto é uma associação cada vez mais frequente nos estudos médicos. O cardiologista intervencionista Dr. Ismael Bassani explica que, embora a cocaína seja mais conhecida por causar ataques cardíacos, o consumo de maconha também eleva significativamente o risco de infarto. Isso acontece devido à forma como a planta ativa processos no sistema cardiovascular.
Segundo o médico, o uso da maconha promove a agregação plaquetária e altera a vasomotricidade das artérias coronárias. Em outras palavras, ela torna os vasos do coração mais propensos a se contrair e ao entupimento — fatores que podem desencadear uma crise cardíaca mesmo em pessoas sem histórico anterior.
Como o uso de maconha pode elevar o risco de infarto?
A maconha ativa mecanismos que aumentam a formação de coágulos sanguíneos. Além disso, altera a função das artérias coronárias, levando à constrição e redução do fluxo de sangue para o músculo cardíaco. Essas reações, quando ocorrem repetidamente ou em usuários habituais, aumentam o risco de infarto agudo do miocárdio.
Quem já teve infarto corre risco maior ao usar maconha?
Sim. Estudos recentes mostram que pacientes que já sofreram um infarto e continuam a consumir maconha apresentam risco elevado de novo infarto. Isso se deve à combinação de fatores inflamatórios, alterações vasculares e maior tendência à formação de coágulos. A repetição do uso, mesmo que ocasional, pode ser prejudicial em tempos de vulnerabilidade cardíaca.
Por que a maconha não é tão segura quanto muitas pessoas pensam?
Apesar da percepção de que seu uso é menos prejudicial que outras substâncias, a maconha provoca alterações cardiovasculares diretas. O fato de ser natural não a torna inofensiva. Para o coração, fumar maconha tem efeitos próximos aos de algumas drogas ilícitas, como a cocaína, sobretudo no impacto sobre os vasos sanguíneos e risco de trombose coronariana.
Quando o cardiologista deve perguntar sobre maconha no atendimento?
Quando um paciente chega à emergência após um infarto, além de questionar sobre tabagismo, é cada vez mais importante avaliar o uso de maconha. Essa informação pode ser crucial para ajustar o tratamento, adotar medidas preventivas e orientar mudanças no estilo de vida para reduzir riscos futuros.

Quais cuidados quem já fez infarto deve tomar em relação à maconha?
A recomendação médica é clara: pacientes que já sofreram um infarto devem evitar totalmente o uso de maconha, seja fumada ou reaproveitada de outras formas. A exposição contínua à substância pode aumentar a chance de complicações cardiovasculares, o que torna imprescindível o foco em hábitos saudáveis e acompanhamento médico regular.
O que dizem os estudos científicos sobre maconha e coração?
Pesquisas recentes apontam que o uso de maconha está associado ao aumento da agregação plaquetária e à disfunção da vasculatura coronária. Esse conjunto de reações contribui para elevar o risco de infarto, mesmo em indivíduos sem diagnóstico anterior de doença cardíaca. O impacto é especialmente sério em pessoas com fatores de risco como hipertensão, obesidade ou dislipidemia.
Qual é o alerta com base nessa informação?
Entender que maconha aumenta o risco cardíaco é essencial para prevenção. Quem já teve um infarto precisa de atenção redobrada: evitar a substância, manter check-ups regulares e adotar estilo de vida saudável — alimentação, sono adequado e controle do estresse. Essas medidas ajudam a reduzir a chance de nova crise e promovem melhor qualidade de vida.
Fontes oficiais consultadas
- Associação Brasileira de Cardiologia (SBC): www.cardiol.br
- Sociedade Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular: www.sbhemais.org.br
- Ministério da Saúde (Brasil): www.gov.br/saude
- Organização Mundial da Saúde (OMS): www.who.int