Os medicamentos e outros produtos farmacêuticos são os principais itens importados pelo Brasil dos Estados Unidos em 2023. Embora esses produtos não sejam afetados diretamente pela tarifa de Donald Trump sobre produtos brasileiros, possíveis retaliações brasileiras podem encarecer medicamentos, incluindo tratamentos para câncer e doenças raras.
- Importações médicas podem sofrer aumentos de preço de até 30%.
- China, Índia e Turquia são alternativas potenciais de fornecimento para insumos farmacêuticos.
- Investimento na pesquisa nacional pode aumentar a soberania farmacêutica.
Qual o papel dos Estados Unidos nas importações médicas do Brasil?
No ano anterior, o Brasil importou quase US$ 10 bilhões em itens da área médica, incluindo produtos cirúrgicos, reagentes para diagnóstico e dispositivos médicos. Uma quantidade significativa dessas importações é originada dos Estados Unidos. A possibilidade de retaliação brasileira contra as tarifas americanas preocupa o setor médico.
Quais impactos econômicos podem resultar da retaliação?
De acordo com Paulo Fraccaro da Associação Brasileira de Indústria de Dispositivos Médicos, uma retaliação do Brasil poderia aumentar os preços desses produtos em até 30%. Alternativas ao suprimento americano poderiam incluir países como China e Índia. Entretanto, medicamentos patenteados e de alta tecnologia permanecem como uma área crítica, especialmente com os Estados Unidos entre os principais fornecedores.

Que mercados poderiam compensar a falta de produtos americanos?
No primeiro semestre de 2023, o Brasil importou US$ 4,3 bilhões em medicamentos de alto custo, aumento de 10% em comparação ao ano anterior. A União Europeia desponta como o maior fornecedor, respondendo por cerca de 60% das importações.
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Quais os desafios do Brasil em tornar-se mais autônomo no setor farmacêutico?
Embora a maioria dos medicamentos genéricos seja produzida localmente, 95% dos insumos farmacêuticos ainda são importados, majoritariamente da China. Norberto Prestes, presidente da Abiquifi, enfatiza a importância de investir em pesquisa nacional e na retenção de talentos para aumentar a autonomia e a capacidade produtiva do Brasil neste setor. Uma alternativa adicional discutida recentemente inclui a criação de polos de inovação e parcerias com universidades brasileiras, ampliando o esforço de desenvolvimento científico nacional.
Como vislumbrar um setor farmacêutico mais independente no Brasil?
- A diversidade de fornecedores pode mitigar riscos em conflitos comerciais.
- Investimentos em pesquisa podem diminuir dependência de importações.
- Parcerias internacionais podem fortalecer a indústria farmacêutica local.
- Recentemente, acordos de cooperação com centros de pesquisa internacionais, como aqueles firmados com instituições da União Europeia, têm ajudado a estimular transferência tecnológica e fortalecer a indústria local.