No contexto da saúde pública, a Obesidade (Indice de Massa Corporea – IMC maior ou igual a 30) emergiu como um fator de risco predominante para diversas doenças, incluindo o câncer de endométrio. Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) prevêem aproximadamente 6.540 novos casos dessa neoplasia por ano. O câncer de endométrio é mais frequente em mulheres com mais de 60 anos, mas há um aumento significativo de risco a partir dos 45 anos para as pacientes que apresentam este fator de risco. Essa relação é atribuída à exposição ao estrogênio, cuja produção é intensificada pelo tecido adiposo presente em excesso em pessoas com Obesidade .
O estrogênio, um hormônio que desempenha papel crucial no sistema reprodutivo feminino, tem a sua produção aumentada pelo tecido adiposo em mulheres obesas. Este fato pode induzir uma estimulação excessiva do endométrio, promovendo a proliferação celular e, consequentemente, elevando o risco de desenvolvimento do câncer. Além disso, mantendo-se com excesso de gordura, mantenho um corpo inflamado com diversas citocinas inflamatórias presentes que facilitam mutações, e por consequência, o desenvolvimento do câncer. Doenças como diabetes e hipertensão arterial, que frequentemente acompanham o excesso de peso, também são identificadas como fatores de risco para o câncer de endométrio.
A Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) aponta que o índice de massa corporal (IMC) é um indicador significativo para o desenvolvimento do câncer de endométrio. Mulheres com IMC entre 30 e 34,9 kg/m2 apresentam mais que o dobro do risco de mortalidade específica por esta condição. Esse risco aumenta exponencialmente em mulheres com IMC superior a 40 kg/m2, com um incremento seis vezes maior na probabilidade de desenvolvimento do tumor. Tais dados sublinham a importância de manter um peso saudável não apenas por motivos estéticos, mas principalmente para a saúde e prevenção de enfermidades graves. A questão é tão alarmante que a OMS fez um alerta para o risco de morte por câncer de endométrio aumentar, bem como o seu número de diagnósticos devido a Obesidade.
Quais são as doenças relacionadas à Obesidade que contribuem para o câncer de endométrio?
A Obesidade vem acompanhada de diversas condições metabólicas que podem exacerbar o risco de câncer de endométrio. Entre elas, destacam-se o diabetes, que altera os níveis hormonais de insulina, e a hipertensão arterial, que pode induzir estados inflamatórios crônicos. Essas condições não só agravam a saúde metabólica geral como também criam um ambiente propício para o crescimento de células anômalas no endométrio.

Como a conscientização sobre a Obesidade pode prevenir o câncer de endométrio?
A prevenção começa com a conscientização dos riscos associados à Obesidade e a promoção de hábitos de vida saudáveis. Estratégias efetivas incluem a educação sobre nutrição adequada, promoção de atividade física regular e acompanhamento médico periódico. Medidas simples, mas consistentes, podem fazer uma diferença significativa na redução do risco não apenas de câncer de endométrio, mas de outras neoplasias e diversas outras condições associadas ao excesso de peso.
Enquanto a sociedade avança na compreensão dos laços entre Obesidade e diversas doenças, torna-se cada vez mais crucial priorizar a saúde e bem-estar na vida cotidiana. O combate à Obesidade é um passo concreto e essencial na luta contra o câncer de endométrio, destacando a importância de abordagens multidisciplinares e políticas de saúde pública que promovam o bem-estar global.dagens multidisciplinares e políticas de saúde pública que promovam o bem-estar global.