Um recente estudo publicado na revista Cell identificou a aorta como o órgão que apresenta um deterioro biológico mais acelerado. A pesquisa traz uma visão inovadora sobre o envelhecimento humano ao mostrar que nem todos os órgãos envelhecem no mesmo ritmo.
- A aorta apresenta mudanças moleculares significativas a partir dos 30 anos.
- A aorta pode influenciar o envelhecimento de outros órgãos por meio de sinais bioquímicos.
- O estudo sugere novas abordagens para retardar o envelhecimento.
Como a aorta se torna o epicentro do envelhecimento sistêmico?
O professor Guang-Hui Liu, da Universidade de Ciências da Academia Chinesa, liderou o trabalho que descobriu que a aorta não só envelhece prematuramente, mas também influencia outros órgãos. Ela emite sinais bioquímicos através de proteínas como a GAS6, uma proteína anticoagulante, que podem acelerar o envelhecimento em outras partes do corpo. O artigo original foi publicado na revista Cell em março de 2024, marcando um dos avanços mais notáveis na pesquisa do envelhecimento este ano.
O que muda com a nova descoberta sobre envelhecimento?
Tradicionalmente, o envelhecimento era estudado isoladamente em cada órgão. No entanto, esta pesquisa propõe considerar a comunicação entre órgãos, mediada por fatores presentes no sangue. Esse novo enfoque possibilita identificar órgãos que desencadeiam o envelhecimento em outras áreas do corpo. Estudos paralelos já realizados em centros de pesquisa como a Universidade Harvard reforçam a ideia de que fatores circulantes no sangue influenciam sinais de envelhecimento sistêmico.

Qual é o papel do sistema endócrino e vascular nesse processo?
Além da aorta, o estudo observou alterações precoces no baço e nas glândulas suprarrenais, sugerindo uma ligação entre envelhecimento e desequilíbrio hormonal. Isso coloca o sistema endócrino e o vascular no centro de futuras pesquisas. Especialistas em cardiologia em cidades como São Paulo e Nova York também têm investigado como o envelhecimento vascular pode preceder doenças cardiovasculares, trazendo atenção ao tema globalmente.
Quais são os caminhos futuros para retardar o envelhecimento?
Os resultados da pesquisa oferecem novas possibilidades para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas direcionadas. Identificar proteínas associadas ao envelhecimento precoce pode permitir tratamentos que neutralizem seus efeitos antes que se espalhem para outros órgãos. Novas terapias celulares estão em estudo em laboratórios da Europa e da China, focando no rejuvenescimento vascular e na modulação de sinais inflamatórios.
A rigidez arterial e inflamação são fatores cruciais na aceleração do envelhecimento vascular. Alterações pró-inflamatórias e o aumento da rigidez das artérias contribuem para disfunção endotelial e outros problemas cardiovasculares, refletindo o impacto negativo desses mecanismos no envelhecimento biológico.
Quais são os principais aprendizados sobre o envelhecimento da aorta?
- A aorta envelhece mais rápido que outros órgãos, influenciando o envelhecimento sistêmico.
- A comunicação entre órgãos por meio de sinais bioquímicos é crucial para entender o processo de envelhecimento.
- Novas intervenções terapêuticas podem focar na mitigação dos sinais precoces de envelhecimento.