Voz autocrítica alta autojulgamento são barreiras comuns que impedem o bem‑estar emocional. A psicóloga Andressa Leal aponta que aquele crítico interno que te implora para ser perfeito ou “acabar rápido” quase nunca é fruto genuíno de quem você é. Ele é construído por influências externas — como professores rígidos, pais exigentes e padrões midiáticos — e replicado como um app instalado por deslize, sem consentimento.
Se esse crítico interior insiste em te definir, saiba que não é sua voz original. O trabalho emocional é desvendar quem você realmente é, aceitar sua individualidade e convidar vozes mais gentis para compor esse diálogo interno.
Como essa voz crítica se instala dentro de você?
Quando ouvimos repetidas vezes que aquilo que fazemos não é suficiente — na escola, em casa ou na mídia —, começamos a internalizar uma versão idealizada de quem se espera que sejamos. Essa voz crítica muitas vezes não nos pertence. É uma colagem de cobranças externas que moldou quem aprendemos a ser para pertencer. Mas você pode desconectar esse “app” mental sem sua autorização consciente.
Será que você ainda se diminui para caber?
Muitas pessoas ainda vivem adaptando comportamentos para “caber” em círculos e expectativas alheias. A pergunta é: esses ambientes e pessoas exigem que você se molde ou podem te acolher como seus traços autênticos? Vale convidar vozes mais acolhedoras — as suas e as de quem te valoriza — para participar dessa conversa interna com mais gentileza.
Como trazer vozes mais gentis para seu diálogo interno?
Comece identificando padrões de autocrítica: “não sou suficiente”, “acho que errei de novo”, “nem sei quem eu realmente sou”. Então substitua essas frases por outras: “posso aprender do meu jeito”, “sou humano e isso é normal”, “hoje estou fazendo o melhor que posso”. Esse exercício requer repetição e compaixão — mas aos poucos muda o tom interno.

Por que escolher ambientes acolhedores faz diferença?
O ambiente em que você se move influencia diretamente o que você aprende sobre si mesmo. Se você está inserido em contextos que exigem perfeição, potência e desempenho, seu crítico interno cresce. Por outro lado, ambientes que valorizam suas imperfeições como parte do ser humano geram segurança emocional. Tornar-se seletivo sobre onde você está — e com quem — é uma estratégia poderosa para mudar quem você deseja ser.
Fontes oficiais consultadas
- Conselho Federal de Psicologia (CFP): www.cfp.org.br
- Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP): www.sbp.org.br