A Hérnia de Disco é uma condição que afeta o disco intervertebral, estrutura responsável por amortecer os impactos entre as vértebras e manter a flexibilidade da coluna. Quando esse disco se desloca ou extravasa, pode comprimir raízes nervosas, gerando dor, formigamento e até perda de força nos membros.
Apesar de não haver uma cura definitiva, a boa notícia é que a maioria dos casos pode ser tratada com sucesso por meio de medidas conservadoras, sem necessidade de cirurgia. A fisioterapia, combinada a ajustes no estilo de vida e acompanhamento médico, é a base do tratamento na maior parte dos casos.
Tratamento conservador: a primeira linha de cuidado
O tratamento não cirúrgico é o primeiro passo na abordagem da Hérnia de Disco. O foco inicial está em aliviar a dor e reduzir a inflamação. Técnicas como eletroterapia, mobilizações manuais e recursos térmicos são utilizadas nessa fase, muitas vezes associadas a anti-inflamatórios prescritos pelo médico.
Com a melhora do quadro agudo, o paciente progride para a reabilitação ativa: exercícios específicos, reeducação postural, fortalecimento muscular e alongamentos. Métodos como Pilates clínico, RPG, osteopatia e hidroterapia têm mostrado excelente eficácia na estabilização da coluna e na prevenção de recidivas.
Quando a cirurgia é indicada?
A intervenção cirúrgica é reservada para situações específicas, como falha do tratamento conservador, dor incapacitante persistente ou sinais neurológicos progressivos. A discectomia, que remove a parte herniada do disco, pode ser feita por via convencional ou por técnicas minimamente invasivas, como a endoscopia, com recuperação geralmente rápida e retorno precoce às atividades, desde que acompanhado de reabilitação adequada.
O tempo de internação após a cirurgia para Hérnia de Disco costuma ser curto, geralmente entre um e dois dias, com alta hospitalar precoce em casos minimamente invasivos. Após a alta, recomenda-se repouso relativo por cerca de uma semana, com retorno gradual às atividades cotidianas leves, respeitando os limites da dor.

O uso de coletes lombares ou colares cervicais pode ser indicado em situações específicas, de acordo com o tipo de cirurgia e as particularidades de cada paciente. Entretanto, essa prática não é adotada de forma rotineira, já que a mobilização precoce, quando bem orientada, favorece uma recuperação funcional mais eficaz.
Estilo de vida: aliado fundamental na prevenção
Mudanças no estilo de vida são essenciais tanto na prevenção quanto no controle da hérnia de disco. A prática regular de atividades físicas supervisionadas ajuda a fortalecer os músculos estabilizadores da coluna, melhora a mobilidade e reduz processos inflamatórios sistêmicos.
Sono de qualidade, alimentação anti-inflamatória e manejo do estresse também desempenham papel relevante na saúde da coluna. Estudos mostram que fatores psicossociais, como ansiedade, sedentarismo e distúrbios do sono, influenciam diretamente a percepção da dor.
Medicina regenerativa: avanços promissores
Nos últimos anos, a medicina regenerativa tem oferecido novas perspectivas no manejo da dor e na recuperação tecidual. Infiltrações com plasma rico em plaquetas (PRP) e exossomos estão em fase de estudo e já demonstram resultados promissores em alguns pacientes com dor discogênica, modulando a inflamação e estimulando a regeneração celular. Embora ainda não sejam indicadas para todos os casos, representam uma fronteira inovadora em centros especializados.
Considerações finais
A hérnia de disco exige uma abordagem individualizada, que leve em conta a gravidade do quadro e o estilo de vida do paciente. O sucesso do tratamento está na integração entre fisioterapia, educação postural, atividade física regular, mudanças comportamentais e, quando necessário, procedimentos avançados como a cirurgia ou terapias regenerativas.
Com o suporte adequado, é possível controlar a dor, recuperar a qualidade de vida e retomar uma rotina ativa, sem que a hérnia de disco seja um obstáculo permanente.