Diabetes e doenças do coração estão mais conectados do que se imagina. Embora o diabetes seja mais conhecido por seu impacto no metabolismo da glicose, ele é um dos principais fatores de risco para infartos e outras complicações cardíacas. Segundo o cardiologista Dr. Leandro Portela (CRM 10827 / RQE 7951), cerca de um terço dos pacientes com diabetes vai sofrer um infarto em algum momento da vida — e muitos deles nem apresentarão sintomas clássicos como dor no peito.
O alerta do médico vai além dos números. A glicemia elevada afeta diretamente o sistema cardiovascular, agravando processos inflamatórios, aumentando a gordura nas artérias e contribuindo para o entupimento dos vasos. Por isso, o acompanhamento com cardiologista deve fazer parte da rotina de quem convive com o diabetes, ainda que esteja se sentindo bem.
Por que o diabetes é tão perigoso para o coração?
O diabetes desregula o metabolismo da glicose no sangue, elevando os níveis de açúcar de forma crônica. Essa hiperglicemia constante danifica os vasos sanguíneos, favorece o acúmulo de gordura nas artérias (aterosclerose) e prejudica a circulação, especialmente nas microartérias. Com isso, o risco de infarto, AVC e insuficiência cardíaca aumenta de forma significativa.
Dr. Leandro Portela ressalta que a glicemia alta também está ligada à obesidade e ao colesterol elevado — dois fatores que, juntos, potencializam ainda mais o risco cardiovascular. O resultado é um organismo mais inflamado, com circulação comprometida e artérias suscetíveis ao entupimento. O cuidado com o coração, portanto, deve ser prioridade no tratamento do diabetes.
O que torna o infarto em diabéticos mais difícil de identificar?
Diferente do que acontece em pessoas sem diabetes, o infarto em diabéticos pode ocorrer de forma silenciosa. Isso acontece porque o excesso de glicose no sangue danifica os nervos responsáveis pela percepção da dor, o que pode mascarar os sintomas clássicos de um ataque cardíaco.
Em vez de dor intensa no peito, o paciente pode sentir apenas mal-estar, suor frio, palidez, tontura ou cansaço extremo. Por isso, Dr. Leandro Portela destaca a importância de exames preventivos como o teste de esforço, mesmo em pacientes que não apresentam sintomas. A prevenção é a chave para evitar complicações graves e salvar vidas.
Qual a relação entre glicemia alta e aterosclerose?
A glicemia alta favorece a oxidação do colesterol e a inflamação das paredes arteriais, contribuindo diretamente para o processo de aterosclerose — o acúmulo de placas de gordura nas artérias. Essas placas dificultam a passagem do sangue e aumentam o risco de infarto e AVC.
O Ministério da Saúde reforça que pessoas com diabetes têm risco até quatro vezes maior de desenvolver doenças cardiovasculares. Além disso, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, o controle glicêmico adequado pode reduzir drasticamente esse risco, tornando essencial o monitoramento contínuo da glicemia e o cuidado com a alimentação, o peso corporal e os níveis de colesterol.
Por que o acompanhamento com cardiologista é essencial?
Mesmo com controle rigoroso da glicemia, o paciente diabético precisa ser avaliado regularmente por um cardiologista. Dr. Leandro Portela enfatiza que esse acompanhamento permite identificar precocemente sinais de comprometimento arterial, muitas vezes antes que surjam sintomas.

O cardiologista pode solicitar exames como teste ergométrico, ecocardiograma e avaliação dos vasos sanguíneos para rastrear alterações silenciosas. Além disso, ajusta o tratamento para reduzir riscos, com foco em estilo de vida, controle da pressão arterial e uso de medicamentos específicos que protegem o sistema cardiovascular.
Quais sinais merecem atenção imediata?
Embora o infarto em diabéticos possa ser silencioso, existem alguns sinais que merecem atenção. Suor frio, palidez, sensação de cansaço inexplicável, tontura e falta de ar podem ser indícios de que algo não vai bem com o coração. Mesmo que a dor no peito esteja ausente, esses sintomas devem ser investigados.
O Dr. Leandro Portela reforça que muitos pacientes só descobrem o problema cardíaco após a ocorrência de um evento grave. Por isso, a prevenção é ainda mais crucial. Manter um estilo de vida saudável, praticar atividade física, evitar o fumo e monitorar a saúde do coração regularmente são atitudes que fazem diferença no longo prazo.
Quais fontes respaldam as informações sobre diabetes e risco cardíaco?
Todo o conteúdo deste artigo está baseado em recomendações e dados de órgãos e entidades reconhecidos na área de saúde. Veja abaixo os principais:
- Sociedade Brasileira de Diabetes – www.diabetes.org.br
- Ministério da Saúde – www.gov.br/saude
- Organização Mundial da Saúde (OMS) – www.who.int
- Sociedade Brasileira de Cardiologia – www.cardiol.br