O início do infarto não se dá apenas no momento em que a dor no peito aparece. Segundo a cardiologista Dra. Isabele Borges, da Clínica Prima Vita, o infarto é resultado de um acúmulo de hábitos ruins ao longo do tempo. Alimentação desregrada, sedentarismo, tabagismo e falta de controle da pressão, glicemia e colesterol são fatores silenciosos que, se ignorados, abrem caminho para o problema cardíaco mais temido.
Apesar de parecer distante, o infarto pode estar sendo construído aos poucos, sem que a pessoa perceba. O alerta da médica reforça que doenças como hipertensão e diabetes geralmente não apresentam sintomas nas fases iniciais, o que reforça a importância da prevenção ativa e contínua.
Quando realmente começa um infarto?
O infarto não é um evento isolado. Ele começa muito antes, quando decisões repetidas levam ao acúmulo de placas de gordura nas artérias do coração, processo conhecido como aterosclerose. Esse acúmulo restringe a passagem do sangue e, com o tempo, pode levar ao entupimento total de uma artéria coronária — provocando o infarto.
Dra. Isabele Borges destaca que esse processo é, na maioria das vezes, silencioso. A pessoa pode se sentir bem, mas já convive com pressão alta, glicemia elevada ou colesterol desregulado sem saber. Justamente por isso, o cuidado com os fatores de risco precisa começar cedo, antes que os sintomas apareçam.
Por que hábitos ruins favorecem o infarto?
Alimentação rica em gordura saturada, açúcar e sódio está entre as principais causas de aumento do colesterol e da pressão arterial. O sedentarismo, por sua vez, contribui para o ganho de peso, resistência à insulina e inflamações crônicas no organismo. Já o tabagismo afeta diretamente a circulação, danificando os vasos e acelerando a formação de placas ateroscleróticas.
A médica reforça que esses fatores, juntos, criam o cenário ideal para o infarto. E o mais preocupante: muitas pessoas só procuram ajuda médica após o primeiro evento cardíaco. A prevenção precisa ser parte do dia a dia, mesmo para quem ainda não apresenta queixas.
Quais doenças silenciosas aumentam o risco de infarto?
A hipertensão arterial é considerada o principal fator de risco para doenças cardíacas. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 30% da população adulta brasileira convive com a pressão alta, muitas vezes sem saber. Ela agride as paredes das artérias, facilitando o entupimento.
Outro fator de risco é o diabetes tipo 2, que também pode evoluir sem sintomas por anos. A glicose alta prejudica os vasos sanguíneos e eleva o risco de infarto em até quatro vezes, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes. O colesterol elevado, por fim, contribui para a formação das placas que obstruem as artérias.
É possível prevenir um infarto mesmo com histórico familiar?
Sim, e isso é fundamental. Ter histórico familiar de doenças cardiovasculares aumenta o risco, mas não determina o futuro. A prevenção é possível e eficaz, desde que sejam adotados hábitos saudáveis e acompanhamento médico regular. A Dra. Isabele Borges reforça que a escolha consciente dos próprios hábitos é o ponto de partida para evitar problemas no futuro.

Alimentar-se melhor, praticar atividade física, abandonar o cigarro, controlar o estresse e seguir corretamente o tratamento das condições existentes são atitudes que fazem toda a diferença. Com isso, é possível minimizar significativamente os riscos, mesmo quando há predisposição genética.
O que pode ser feito hoje para evitar o infarto amanhã?
A Dra. Isabele Borges recomenda atenção especial aos cuidados básicos, que muitas vezes são negligenciados: controlar a pressão arterial, manter a glicemia dentro dos limites, fazer exames de colesterol regularmente e manter o uso contínuo de medicações prescritas. Esses pilares são fundamentais para quem busca longevidade com qualidade de vida.
Outro ponto essencial é o acompanhamento médico. Consultas periódicas, mesmo na ausência de sintomas, permitem detectar alterações precoces e agir antes que se tornem graves. A prevenção deve ser constante e ativa, não apenas reativa ao surgimento de problemas.
Quais são as fontes confiáveis para entender o risco de infarto?
Este conteúdo se apoia em dados de instituições de referência em saúde, como:
- Ministério da Saúde – www.gov.br/saude
- Sociedade Brasileira de Cardiologia – www.cardiol.br
- Organização Mundial da Saúde (OMS) – www.who.int
- Sociedade Brasileira de Diabetes – www.diabetes.org.br