Muita gente acredita que aplicar um sérum é sinônimo de hidratar a pele, mas o dermatologista Dr. Ivan Silva, CRM ativo em Porto Alegre, alerta: hidratar e umedecer são processos diferentes. O sérum pode dar uma sensação imediata de frescor, mas, por ter pouca ou nenhuma fase oleosa, evapora rápido e não cria a barreira necessária para impedir a perda de água da pele.
Essa falsa impressão de hidratação pode, a longo prazo, deixar a pele mais sensibilizada e ressecada. Segundo o especialista, a verdadeira hidratação depende da capacidade da pele de reter água, e isso exige produtos que promovam tanto a umectação quanto a oclusão, criando uma camada protetora contra a evaporação.
Por que o sérum não mantém a hidratação?
O sérum é um produto com textura leve, geralmente à base de água, que seca rapidamente após a aplicação. Justamente por essa característica, ele não forma uma película protetora na superfície da pele, deixando a umidade escapar. Mesmo ativos como o ácido hialurônico, presentes em muitos séruns, têm ação limitada quando aplicados dessa forma, pois penetram superficialmente, mas não retêm a hidratação por falta de oclusão.
Já cremes, loções e géis hidratantes possuem componentes como ureia, ceramidas e glicerina, que não apenas atraem água para a pele, mas também evitam que ela se perca. Esses ingredientes são reconhecidos por estudos científicos como essenciais para aumentar o grau de hidratação cutânea.
Sérum pode ter função no cuidado da pele?
O Dr. Ivan Silva reforça que o sérum não é “vilão” e pode ser útil em determinados tratamentos. Muitos séruns carregam ativos poderosos como niacinamida, vitamina C e ácido salicílico, que atuam em questões específicas da pele, como manchas, oleosidade e textura. Nesses casos, o sérum é um veículo ideal para entregar esses ingredientes de forma mais concentrada e de rápida absorção.

No entanto, quando o objetivo é hidratar, a recomendação é combinar o sérum com um hidratante adequado. Assim, o ativo do sérum atua nas camadas superficiais da pele, enquanto o creme ou loção garante a barreira de proteção necessária para reter a umidade.
Qual é a melhor forma de usar sérum e hidratante juntos?
A ordem de aplicação faz diferença. O ideal é aplicar primeiro o sérum, para que os ativos sejam absorvidos, e, em seguida, um hidratante que contenha agentes umectantes e oclusivos. Essa combinação potencializa o tratamento e mantém a pele saudável, evitando o ressecamento que pode ocorrer com o uso isolado do sérum.
A escolha dos produtos também deve considerar o tipo e as necessidades da pele. Pessoas com pele seca, por exemplo, devem priorizar hidratantes mais ricos, enquanto peles oleosas podem optar por fórmulas oil-free, mas ainda assim com capacidade de retenção de água.
O que considerar na hora de escolher seu hidratante?
Mais importante do que seguir tendências é entender a função de cada produto. Ao avaliar um hidratante, procure por ingredientes comprovadamente eficazes, como ceramidas, glicerina, ácido hialurônico em veículos mais densos e ureia. Além disso, certifique-se de que o produto seja adequado para seu tipo de pele e que tenha registro na Anvisa, garantindo segurança e eficácia.
Seguindo essas orientações, é possível aproveitar os benefícios dos séruns sem abrir mão da hidratação essencial para a saúde da pele.
Fontes oficiais consultadas:
- Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD): https://www.sbd.org.br
- Organização Mundial da Saúde (OMS): https://www.who.int
- Ministério da Saúde (Brasil): https://www.gov.br/saude