Distúrbios neurológicos já superam as doenças cardíacas e câncer como causa global de problemas de saúde. E, segundo um renomado professor de neurologia, o risco de demência pode ser drasticamente elevado por hábitos comuns — como dormir mal.
- Mais de 40% dos casos de demência podem ser prevenidos
- A falta de sono eleva o risco em até 70%
- Estilo de vida ativo é chave para proteger o cérebro
O que mais está por trás do aumento de distúrbios neurológicos?
O avanço dos distúrbios cerebrais já representa mais de 15% da carga global de doenças. Segundo especialistas, esse número tende a crescer até 2050, com previsão de 5 bilhões de pessoas afetadas.
A maioria dos diagnósticos envolve AVC, Alzheimer, Parkinson, epilepsia e dores crônicas. Mas distúrbios como problemas de atenção, sono e memória ainda são subestimados — mesmo quando já indicam sinais iniciais.

Por que a demência avança silenciosamente?
O maior problema, segundo o neurologista Kęstutis Petrikonis, é a busca tardia por ajuda. Sinais como perda de memória, cansaço e desatenção são frequentemente atribuídos ao estresse ou à idade.
Esses sintomas, no entanto, podem indicar doenças neurológicas em estágio precoce. Ignorá-los retarda o diagnóstico e limita as opções de tratamento.
O sono ruim é realmente tão perigoso assim?
Sim. De acordo com Petrikonis, a privação crônica de sono pode aumentar o risco de demência em até 70%. Durante o sono profundo, o cérebro se “limpa” de toxinas como a beta-amiloide, ligada ao Alzheimer.
Esse processo é feito pelo sistema glinfático, que só atua com qualidade de sono adequada. Por isso, o neurologista classifica o descanso noturno como “remédio primário”.
Fator de Risco | Impacto | Prevenção |
---|---|---|
Falta de sono | +70% de risco de demência | Estabelecer rotina noturna |
Isolamento social | Acelera declínio cognitivo | Manter laços sociais ativos |
Hipertensão e diabetes | Prejudicam circulação cerebral | Controlar com alimentação e exercícios |

Quais hábitos ajudam a proteger o cérebro a longo prazo?
O professor reforça que atividades físicas, mentais e sociais são essenciais para manter a saúde cerebral. A prevenção deve ser contínua, desde a juventude até a velhice.
Além disso, controlar doenças crônicas e corrigir problemas de visão ou audição pode fazer diferença na proteção cognitiva.
- Pratique exercícios regularmente
- Estimule o cérebro com leitura e novidades
- Participe de atividades em grupo
- Durma pelo menos 7 horas por noite
O diagnóstico precoce está mais acessível?
Sim. O avanço tecnológico tem facilitado a identificação precoce de doenças neurológicas. Exames modernos usam biomarcadores em sangue, líquor e até lágrima para detectar alterações antes dos sintomas.
Com isso, terapias personalizadas e menos invasivas vêm se tornando realidade, melhorando a qualidade de vida de muitos pacientes.
- Exames com biomarcadores avançados
- Neuromodulação não invasiva
- Estímulos cerebrais personalizados
- Abordagem multidisciplinar com vários especialistas
A saúde do cérebro começa com decisões diárias
Para o Prof. Petrikonis, o cuidado com o cérebro não se limita à velhice. Ele defende que a capacidade de aprender, trabalhar e viver com autonomia depende de decisões feitas ainda na juventude.
Ao priorizar o sono, manter-se ativo e buscar ajuda diante de sinais persistentes, cada pessoa pode prolongar sua qualidade de vida e autonomia.
- Demência pode ser evitada com mudanças simples
- Sintomas como esquecimento e fadiga merecem atenção
- Diagnóstico precoce e estilo de vida saudável fazem a diferença