O médico otorrinolaringologista Dr. Carlos Maurício, que atende em Brasília, alerta que, embora pareça raro, a entrada de insetos no ouvido é mais comum do que se imagina — principalmente à noite. O canal auditivo é uma região quente e estreita, o que atrai pequenos animais, como baratas e grilos, que podem causar dor, barulho intenso e até lesões.
Segundo o especialista, saber agir nesse momento é fundamental para evitar complicações, como perfuração do tímpano e infecções. A primeira medida não é tentar remover o inseto à força, mas sim eliminá-lo de forma segura antes de procurar atendimento médico.
Por que o inseto não consegue sair sozinho?
O canal auditivo, além de estreito, possui um formato levemente curvado, dificultando a saída do inseto. Ao tentar escapar, ele pode bater as asas e se movimentar de forma desordenada, causando dor, arranhões e até ferimentos no tímpano. Esse movimento ainda provoca um ruído alto e constante dentro do ouvido, gerando um desconforto incapacitante.
Por isso, a tentativa imediata de remover o inseto com hastes ou objetos pode empurrá-lo ainda mais para dentro, aumentando o risco de danos. O controle da situação deve ser feito de forma calma e eficaz.
Qual é o primeiro passo para lidar com o problema?
De acordo com o Dr. Carlos Maurício, o mais importante é matar o inseto para cessar o incômodo e evitar que ele se mova. A recomendação é deitar de lado, com o ouvido afetado voltado para cima, e preencher completamente o canal auditivo com uma substância viscosa, como óleo mineral, azeite, sabonete líquido ou shampoo.

Esses líquidos afogam o inseto em poucos segundos, impedindo que ele continue se mexendo e provocando lesões. Depois disso, é possível voltar à posição normal. Muitas vezes, o próprio líquido, ao escorrer, leva o inseto para fora.
Quando procurar atendimento médico?
Mesmo que o inseto saia, é importante procurar um otorrinolaringologista para avaliar se houve ferimento no canal auditivo ou no tímpano. Em alguns casos, partes do inseto podem permanecer presas, exigindo remoção profissional para evitar infecções e inflamações.
Se houver dor intensa, sangramento, perda de audição temporária ou secreção, a consulta deve ser imediata.
Fontes oficiais consultadas:
- Ministério da Saúde – https://www.gov.br/saude
- Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia – https://www.aborlccf.org.br
- Organização Mundial da Saúde (OMS) – https://www.who.int