O médico Dr. Paulo Abner explica que a enxaqueca vai muito além de uma simples dor de cabeça. Trata-se de uma doença neurológica crônica, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a segunda maior causa de incapacidade no mundo, afetando milhões de pessoas e comprometendo significativamente a qualidade de vida.
Segundo o especialista, compreender as fases da enxaqueca e seus gatilhos é essencial para melhorar o controle da doença. O problema é de interesse de saúde pública e exige atenção para evitar que se torne cada vez mais incapacitante.
Quais são as fases da enxaqueca?
A enxaqueca pode se manifestar em diferentes etapas. Antes da dor propriamente dita, muitas pessoas já percebem sinais de que a crise está chegando. Uma das primeiras alterações pode ser um aumento repentino da vontade de comer doces — uma resposta do cérebro em busca de alívio. Outros sinais incluem bocejos frequentes e maior vontade de urinar.
Em algumas pessoas, ocorre a fase da aura, que pode durar até uma hora e causar alterações visuais, sensoriais ou de fala. Em seguida, vem a fase da dor, muitas vezes intensa e latejante, acompanhada de náuseas, sensibilidade à luz e ao som. Após a crise, o corpo entra na chamada “ressaca da enxaqueca”, caracterizada por fadiga e dificuldade de concentração.
Cafeína e enxaqueca: qual é a relação?
A cafeína pode ter um efeito duplo na enxaqueca. Em doses moderadas, até 200 mg por dia (aproximadamente duas xícaras de café filtrado), pode ajudar a aliviar a dor em algumas pessoas. No entanto, o consumo excessivo pode se tornar um fator agravante, contribuindo para a cronificação da doença ao longo do tempo.

De acordo com a OMS (https://www.who.int), manter o consumo de cafeína dentro de limites seguros e evitar picos frequentes pode ser uma estratégia eficaz para reduzir a frequência das crises.
Como identificar e evitar gatilhos?
O controle da enxaqueca passa pela identificação dos gatilhos individuais. Entre os mais comuns estão: estresse, alterações hormonais, jejum prolongado, privação ou excesso de sono, alimentos ultraprocessados e bebidas alcoólicas. Manter um diário da enxaqueca pode ajudar a mapear padrões e prevenir crises.
O tratamento deve ser individualizado, combinando ajustes no estilo de vida, medidas preventivas e, quando necessário, uso de medicamentos sob orientação médica.
Fontes oficiais utilizadas
- Organização Mundial da Saúde – Migraine: https://www.who.int
- Ministério da Saúde – Doenças neurológicas: https://www.gov.br/saude