A nutricionista Isabella Lacerda alerta que insistir no consumo de alimentos com lactose quando se é intolerante pode trazer consequências sérias ao longo do tempo. Segundo ela, essa condição significa que o corpo não produz a quantidade necessária da enzima lactase, responsável por digerir a lactose presente em leite, queijos e derivados.
De forma bem-humorada, Isabella compara o organismo intolerante a um liquidificador forçado a triturar objetos que não deveria: ele até consegue no começo, mas com o tempo perde totalmente a eficiência. O recado é claro: ignorar os sinais do corpo é abrir caminho para desconfortos e até problemas mais graves.
O que acontece no corpo de quem é intolerante à lactose?
A intolerância à lactose ocorre quando o organismo não produz ou produz pouca lactase, a enzima que quebra o açúcar natural do leite. Sem essa digestão, o alimento chega ao intestino causando fermentação e gerando sintomas como gases, diarreia, constipação, cólicas, náuseas e inchaço abdominal.
Isabella explica que cada exposição repetida sobrecarrega o sistema digestivo. Com o tempo, os sintomas podem se intensificar, afetando o bem-estar e até outras funções gastrointestinais.
Consumir lactose todos os dias piora a intolerância?
De acordo com a nutricionista, manter o consumo frequente de lactose mesmo com a intolerância é como insistir em usar uma máquina quebrada. O corpo até pode contar com suplementos de lactase, mas não é saudável depender deles diariamente, ainda mais quando há excesso de alimentos ricos nesse açúcar.

Esse hábito pode agravar os sintomas e gerar inflamações intestinais, além de comprometer a absorção de outros nutrientes. O ideal é evitar o consumo excessivo e buscar alternativas.
Quais são as opções para quem não quer abrir mão do sabor?
Segundo Isabella, é possível manter uma alimentação saborosa sem sofrer com os sintomas. Entre as estratégias estão substituir por produtos zero lactose e, em casos ocasionais, usar a enzima lactase antes do consumo. O segredo é equilíbrio e moderação.
Ela lembra ainda que há pessoas com diferentes graus de sensibilidade: algumas reagem apenas a grandes quantidades, enquanto outras têm sintomas mesmo com pequenas doses. Por isso, é essencial respeitar os limites individuais.
E quando o problema não é intolerância, mas sensibilidade?
Além da intolerância, existe a sensibilidade à lactose, em que a reação é mais leve ou restrita a determinados produtos. Nesses casos, o cuidado continua sendo importante, já que a repetição do consumo em excesso pode levar a desconfortos e inflamações.
@isabellalacerda_nutri Intolerância à lactose não é uma condição séria nem consegue escalar outras comorbidades – mas isso apenas se você cuida da sua saúde como um todo. Tem uma aula completa sobre o assunto dentro da Comunidade Grande Gostosa. O link ta na bio 🍑 🗞️ Update on lactose malabsorption and intolerance: pathogenesis, diagnosis and clinical management. Review. 2019. doi: 10.1136/gutjnl-2019-318404.
♬ som original – Isabella Lacerda
Para a nutricionista, independentemente do diagnóstico, o ponto central é não ignorar os sinais que o corpo envia. Monitorar, ajustar e buscar alternativas é a melhor forma de manter saúde e prazer à mesa.
Fontes oficiais utilizadas
- Ministério da Saúde – Intolerância à lactose: causas e cuidados: https://www.gov.br/saude
- Organização Mundial da Saúde – Saúde digestiva e alimentação equilibrada: https://www.who.int