O Dr. Paulo Abner, médico especializado no tratamento da enxaqueca, destaca que quem convive com essa condição possui um cérebro diferente, mais sensível e hiperexcitável. Por isso, manter cuidados diários é essencial para reduzir a frequência e a intensidade das crises. Ele compartilha três estratégias simples que podem fazer diferença significativa na qualidade de vida de quem sofre com o problema.
A enxaqueca é classificada pela Organização Mundial da Saúde como a segunda maior causa de incapacidade no mundo, afetando milhões de pessoas. Diferente de uma dor de cabeça comum, ela envolve alterações neurológicas complexas e pode ser desencadeada por diversos fatores, como estresse, alimentação e sono irregular.
Por que o cérebro de quem tem enxaqueca é diferente?
Segundo o Dr. Paulo Abner, o cérebro de quem sofre de enxaqueca apresenta maior excitabilidade, ou seja, reage de forma mais intensa a estímulos externos e internos. Isso faz com que situações de estresse, emoções fortes e até alterações hormonais possam provocar crises.
Estudos publicados pela American Headache Society mostram que essa característica está relacionada a alterações na atividade elétrica cerebral e na sensibilidade dos vasos sanguíneos, o que reforça a importância de manter um estilo de vida adaptado às necessidades do paciente.
Qual a importância do “suco anti-enxaqueca” na rotina?
O médico recomenda iniciar o dia com um suco natural preparado com água de coco e couve. A água de coco é uma bebida isotônica rica em magnésio, que auxilia no relaxamento dos vasos sanguíneos e na hidratação. Já a couve é fonte de vitaminas do complexo B, importantes para a saúde do sistema nervoso.

Segundo o Ministério da Saúde, o magnésio pode ter papel protetor contra crises, ajudando a estabilizar a atividade cerebral. O consumo regular de 500 ml dessa mistura logo pela manhã pode contribuir para reduzir a frequência de dores.
Como o controle das emoções influencia a enxaqueca?
O controle emocional é outro ponto-chave. O Dr. Paulo Abner alerta que emoções fortes, sejam elas negativas como raiva ou até o ato de chorar, podem desencadear crises intensas. Isso ocorre porque o estresse aumenta a liberação de substâncias inflamatórias no sistema nervoso, favorecendo a dor.
Manter a calma, evitar discussões desnecessárias e buscar estratégias de relaxamento, como meditação e respiração profunda, são medidas que ajudam a reduzir a excitabilidade cerebral e prevenir episódios.
Por que a higiene do sono é fundamental para evitar crises?
Dormir nos horários certos e garantir de sete a nove horas de sono por noite é parte essencial da rotina anti-enxaqueca. O especialista ressalta que o uso de telas deve ser interrompido pelo menos uma hora antes de dormir, já que a luz azul emitida por celulares e computadores interfere na produção de melatonina, hormônio do sono.
Tanto a privação quanto o excesso de sono podem provocar crises, por isso a regularidade é determinante. A Fundação Americana do Sono reforça que manter um padrão estável de descanso é uma das medidas mais eficazes para reduzir a frequência da enxaqueca.
Quais benefícios esses hábitos podem trazer a longo prazo?
Adotar essas três práticas — alimentação estratégica, controle emocional e sono regulado — pode diminuir significativamente o número de crises e melhorar a produtividade diária. Além disso, contribui para o bem-estar geral e para a saúde do cérebro, ajudando a manter a energia e a concentração.
O recado do Dr. Paulo Abner é claro: cuidar da enxaqueca exige atenção diária, e pequenas mudanças na rotina podem gerar grandes resultados no controle da dor.
Fontes oficiais
- Organização Mundial da Saúde – www.who.int
- Ministério da Saúde – www.gov.br/saude
- American Headache Society – americanheadachesociety.org
- Fundação Americana do Sono – www.sleepfoundation.org