A farmacêutica, professora e pesquisadora Dra. Silvia Heredia (@drasilviaheredia) apresenta o crajiru, também conhecido como pariri ou chica, planta nativa da Amazônia amplamente utilizada por comunidades indígenas. Além de seu uso cultural como corante natural, o crajiru é valorizado por seu potencial medicinal.
De acordo com a pesquisadora, quando as folhas são fervidas, liberam um pigmento avermelhado usado para pintura corporal e de objetos. Na medicina popular, é indicado para auxiliar no tratamento de problemas de pele e até como complemento em casos de anemia, devido ao seu teor de ferro e vitamina B12.
O que é o crajiru?
O crajiru (Arrabidaea chica) é uma planta trepadeira da família Bignoniaceae. É encontrada principalmente na região amazônica e cultivada em outras partes do Brasil. Suas folhas possuem compostos bioativos, incluindo flavonoides e taninos, associados a propriedades antioxidantes e antimicrobianas.
Além do uso medicinal, o pigmento extraído das folhas é utilizado como corante natural em tecidos, artesanato e rituais culturais.
Quais são os benefícios comprovados cientificamente?
Estudos indicam que o crajiru apresenta atividades cicatrizante, antimicrobiana e potencial antitumoral. Pesquisas publicadas em bases como PubMed sugerem que extratos da planta podem inibir o crescimento de células cancerígenas em condições laboratoriais, embora mais estudos clínicos sejam necessários para confirmar a eficácia em humanos.

Sua ação cicatrizante e antimicrobiana justifica o uso tradicional para tratar feridas, inflamações cutâneas e infecções leves na pele.
Como é usado tradicionalmente?
Na medicina popular, o crajiru é consumido principalmente na forma de infusão ou chá das folhas secas. Também é aplicado topicamente em forma de compressas para ajudar na cicatrização de feridas.
Apesar de seu uso disseminado, especialistas recomendam cautela, pois a segurança e a dosagem ideal ainda não estão completamente estabelecidas por estudos clínicos. O acompanhamento de um profissional de saúde é recomendado, especialmente em tratamentos prolongados.
Fontes oficiais
- Embrapa Amazônia Oriental: https://www.embrapa.br/amazonia-oriental
- Fiocruz: https://portal.fiocruz.br
- Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA (PubMed): https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov