Recentemente, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou informações cruciais para milhares de trabalhadores que perderam ou tiveram suas carteiras de trabalho roubadas, afirmando que há cerca de 39 mil dessas carteiras disponíveis para retirada em unidades regionais do órgão. Esta informação chega em um momento em que muitos ainda dependem do documento físico para certos processos, mesmo com a crescente relevância da versão digital da Carteira de Trabalho.
A Carteira de Trabalho Digital, que ganhou força após sua implementação em 2019, trouxe uma revolução na forma como vínculos empregatícios são registrados, substituindo a necessidade do documento em papel em várias circunstâncias. No entanto, questões específicas, como comprovações para o INSS ou registros feitos antes da transição digital, continuam a exigir a versão física. Essa necessidade foi enfatizada por Andressa Lemos Rodrigues, chefe da Divisão da Coordenação de Identificação e Registro Profissional do MTE, ao afirmar que ainda há demandas para o uso do documento tradicional.
Quais são os casos específicos que ainda exigem a carteira de trabalho física?

Mesmo com a adoção da Carteira de Trabalho Digital, existem cenários em que a versão impressa ainda é intransigente. Servidores públicos, trabalhadores de associações internacionais e aqueles cujos registros não foram completamente digitalizados se encontram nessas circunstâncias. Nesses casos, a carteira física ainda é imprescindível, pois o sistema digital pode não portar todos os dados necessários para o cumprimento de certas exigências.
Além disso, é importante considerar que alguns processos legais ou pedidos antigos junto ao INSS ainda requisitam a apresentação da carteira física. A conferência de informações anteriores à digitalização pode evitar transtornos e garantir o reconhecimento de direitos dos trabalhadores em situações específicas.
Como funciona o sistema CTPS Recuperadas?
Para facilitar o processo de retomar essas carteiras perdidas ou roubadas, o MTE lançou o sistema CTPS Recuperadas. Nesse sistema, os trabalhadores têm a possibilidade de verificar online se suas carteiras foram encontradas e designadas a uma unidade específica do MTE. Após a confirmação de que o documento está disponível, o próximo passo é agendar um atendimento pelo Sistema de Atendimento Agendado (SAA) e comparecer à unidade com um documento de identificação.
Esse recurso digital foi desenvolvido com o objetivo de agilizar a devolução dos documentos e restringir riscos de uso indevido dos dados dos trabalhadores. Caso a carteira não esteja disponível na unidade informada, recomenda-se ao trabalhador acompanhar periodicamente a plataforma, pois novas carteiras recuperadas são constantemente cadastradas no sistema.
Qual a importância da Carteira de Trabalho Digital?
Desde sua implementação, a Carteira de Trabalho Digital não apenas modernizou, mas também simplificou o processo de registro de vínculos empregatícios. Todas as informações relevantes dos trabalhadores estão acessíveis digitalmente, reduzindo a burocracia e permitindo atualizações mais rápidas. Isso gera eficiência nos processos de contratação e facilita consultas a registros profissionais por meio de plataformas como o portal Gov.br ou aplicativos dedicados.
Além disso, a Carteira Digital permite aos trabalhadores consultar a qualquer momento seu histórico empregatício, salários e benefícios, dando mais autonomia e controle sobre sua vida profissional. Mesmo assim, a conservação da versão física é orientada pelos órgãos oficiais em razão de necessidades específicas que possam surgir durante a vida profissional do trabalhador.
Como os trabalhadores devem proceder em caso de perda ou roubo?
Em situações de perda ou roubo da Carteira de Trabalho física, o trabalhador deve registrar um boletim de ocorrência em uma delegacia e informar o ocorrido ao MTE. A partir desse comunicado, torna-se possível consultar o sistema CTPS Recuperadas para saber se o documento foi encontrado.
Depois disso, recomenda-se solicitar a segunda via da carteira junto ao órgão competente, caso o documento não seja recuperado. A segunda via pode ser emitida mediante apresentação de documentos pessoais, comprovante de endereço e do boletim de ocorrência, sendo fundamental para garantir a continuidade do acesso aos direitos trabalhistas.
Quais cuidados os trabalhadores devem ter com a Carteira de Trabalho física?
Os trabalhadores são orientados a manter sua carteira de trabalho física em local seguro e de fácil acesso apenas quando necessário. Isso ajuda a evitar perdas, extravios e danos ao documento, que pode ainda ser exigido em diversas situações administrativas.
A conservação do documento também é fundamental para preservar as anotações antigas, que muitas vezes não constam no sistema digital. Caso o trabalhador perceba algum dano ou rasura em sua carteira, é aconselhável procurar uma unidade do MTE para verificar a necessidade de emissão de uma nova via.
Quais são os impactos da transição para a Carteira Digital no mercado de trabalho?
A transição para a Carteira de Trabalho Digital representa um avanço tecnológico importante, proporcionando mais agilidade e segurança para empresas e trabalhadores. Com o acesso facilitado às informações, torna-se mais fácil realizar admissões, desligamentos e consultas de histórico profissional.
No entanto, é fundamental que todos os trabalhadores estejam atentos à atualização de seus dados e informados sobre os procedimentos em casos de necessidade do documento físico. O equilíbrio entre as versões física e digital é fundamental para garantir todos os direitos e evitar pendências durante processos trabalhistas.