A Dor de Cabeça é um dos sintomas mais comuns na população e pode ter inúmeras causas, desde tensões musculares até doenças neurológicas complexas. Entre essas causas, a enxaqueca ocupa um lugar de destaque por sua intensidade, frequência e pelo impacto significativo que provoca na vida de quem sofre com ela. Embora muitas pessoas usem o termo “enxaqueca” para descrever qualquer Dor de Cabeça forte, trata-se de uma condição neurológica bem definida, com critérios diagnósticos claros estabelecidos pela Classificação Internacional das Cefaleias (ICHD-3) e características próprias que a diferenciam da Dor de Cabeça comum.
Quais são as principais características da enxaqueca?
A enxaqueca costuma se manifestar como uma dor de intensidade moderada a intensa, muitas vezes descrita como latejante ou pulsátil, e que pode afetar apenas um lado da cabeça ou alternar entre os lados. Diferente da cefaleia tensional, que geralmente é mais difusa e de menor intensidade, a enxaqueca frequentemente vem acompanhada de sintomas adicionais: náuseas, vômitos, sensibilidade à luz (fotofobia), ao som (fonofobia) e, em alguns casos, ao cheiro (osmofobia).
O que é a aura da enxaqueca e quais são os sintomas?
Aproximadamente um terço dos pacientes também apresenta a chamada aura, um conjunto de sintomas neurológicos transitórios que surgem antes ou durante a crise, como alterações visuais (manchas, luzes piscando, visão embaçada), formigamentos, dificuldade para falar ou perda transitória de força.

Quanto tempo dura uma crise de enxaqueca e o que pode desencadeá-la?
Essas crises podem durar de 4 a 72 horas quando não tratadas e costumam se repetir com determinada periodicidade. Os fatores desencadeantes variam de pessoa para pessoa, mas os mais comuns incluem alterações hormonais, estresse, privação ou excesso de sono, mudanças climáticas, jejum prolongado e certos alimentos ou bebidas, como queijos maturados, chocolates, bebidas alcoólicas e produtos ricos em glutamato monossódico.
Em mulheres, a fase pré-menstrual é um momento de maior vulnerabilidade, e em alguns casos, o uso de contraceptivos hormonais pode influenciar a frequência e a intensidade das crises.
Como é feito o diagnóstico da enxaqueca?
O diagnóstico de enxaqueca é clínico, feito com base na história detalhada dos sintomas e na exclusão de outras causas de Dor de Cabeça. Exames de imagem, como tomografia ou ressonância magnética, são indicados apenas quando há sinais de alerta — como início súbito e muito intenso (cefaleia thunderclap), alterações neurológicas persistentes ou mudanças recentes no padrão das crises.
Como tratar a enxaqueca e prevenir novas crises?
O tratamento envolve duas estratégias complementares: o manejo das crises e a prevenção.
- Tratamento das crises: o objetivo é aliviar a dor e os sintomas associados de forma rápida, utilizando medicamentos específicos, como os triptanos, ou analgésicos combinados em doses adequadas, sempre sob orientação médica.
- Prevenção: indicada quando as crises são frequentes ou incapacitantes, podendo incluir medicamentos preventivos, ajustes no estilo de vida e a identificação e controle dos fatores desencadeantes.
Estudos mostram que hábitos como manter horários regulares de sono, praticar atividade física moderada, hidratar-se adequadamente e ter uma alimentação equilibrada contribuem para reduzir a frequência das crises e melhorar a resposta ao tratamento.
Qual é o impacto da enxaqueca na qualidade de vida?
É importante compreender que a enxaqueca não é apenas uma dor física, mas uma condição neurológica que pode afetar a produtividade, o humor e a vida social. Por isso, o acompanhamento com um neurologista é fundamental, tanto para confirmar o diagnóstico quanto para personalizar o tratamento, levando em conta as características de cada paciente.
Com o manejo adequado, é possível reduzir significativamente a intensidade e a frequência das crises, devolvendo qualidade de vida e autonomia.